postado em 12/04/2011 09:38
A cantora americana Natalie Cole, 61 anos, gosta de repetir que para fazer jazz é preciso tê-lo no sangue. ;Você tem que ser criado no jazz. Não é algo que pode ser ensinado se você não tiver alguma coisa dentro de si;, afirmou ela, com sua voz aveludada e simpatia contagiante, em entrevista coletiva realizada na última sexta-feira, em São Paulo. Partindo desse pensamento, Natalie é uma pessoa abençoada. Filha de Nat King Cole (1935-1965), um dos maiores crooners da história do jazz, a cantora tem a música nos genes. Ainda assim, admite que nem sempre se imaginou cantando o estilo musical com o qual o pai está associado: ;Eu comecei cantando rock;n;roll, James Brown, as Supremes; eu nem sabia que conseguiria cantar jazz;, lembra a cantora, que hoje se apresenta em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.O show na capital federal será o primeiro de quatro datas no Brasil. A turnê An evening Natalie Cole passará ainda por Belo Horizonte, amanhã; por São Paulo, dia 15; e pelo Rio de Janeiro, no dia 16. A volta da cantora ao país marca duas décadas de sua primeira visita. Foi em 1991 também que Natalie Cole lançou Unforgettable: with love, álbum que deu uma guinada no direcionamento estilístico de sua carreira e é, até hoje, seu trabalho de maior sucesso. No disco, ela deixou de lado o r romântico e abraçou o jazz. Na faixa Unforgettable, ela faz um dueto virtual com o pai, que gravou a mesma canção em 1951.
O ;encontro;, ela lembra, dividiu opiniões: ;A crítica foi muito cruel, eles acharam a música a coisa mais mórbida e horrorosa. ;Como ela pôde fazer isso?!’ A reação nas primeiras semanas depois de a música ter sido lançada foi assim. Depois, as pessoas começaram a gostar. E o disco Unforgettable começou a subir nas paradas e a disputar com o Metallica as primeiras posições daquele ano. A gravadora nunca tinha visto algo assim, foi realmente um fenômeno;. Críticas à parte, Natalie Cole não pode reclamar muito da resposta ao seu trabalho. De 1976 a 2009, ela foi indicada 21 vezes ao prêmio Grammy e levou a estatueta para casa em nove ocasiões.
Experiências
Plenamente recuperada do transplante de rim a que se submeteu em 2009, Natalie não tem pudores para falar de sua saúde ou dos problemas de drogas que enfrentou no passado (;Eu quase morri ; eu era muito jovem e estúpida;;). Afinal de contas, ela retratou essas experiências em livros: Angel on my shoulder, lançado em 2000, e Love brought me back, do ano passado.
Para os shows brasileiros, Natalie preparou um repertório que passeia por diversos momentos de sua carreira, especialmente seu lado mais jazz. ;Faz tanto tempo que eu estive aqui, que não tive a chance de mostrar muitas das minhas músicas que foram lançadas depois. Algumas canções, claro, não poderão ficar de fora. Certamente, cantarei Unforgettable e algumas coisas de r, além de belos tesouros americanos, não apenas do meu pai, mas de outros cantores, como Frank Sinatra;, adianta a cantora, cujo disco mais recente, Still unforgettabel, saiu em 2009.
No palco, Natalie será acompanhada por Joshn Nelson no piano; Alessandro Alessandroni, nos teclados; Brady Coham, na guitarra; Robert Yancy (filho da cantora), na percussão; Robert Miller, na bateria; Edwin Livingston, no baixo; e pelas backing vocals Lisa Vaughn e Lynne Fiddmont. A direção musical de Gail Deadrick.
An evening with Natalie Cole
Hoje, às 21h, no Salão Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Show com a cantora americana Natalie Cole. Ingressos: poltrona superior: R$ 240 e R$ 120 (meia); poltrona especial R$ 340 e R$ 170 (meia); poltrona vip lateral: R$ 400 e R$ 200 (meia) e poltrona vip: R$ 560 e R$ 280 (meia). Ponto de venda: Central de Ingressos, no 1; piso do Brasília Shopping. Não recomendado para menores de 16 anos (de 7 a 15 anos, somente com os pais).
O repórter viajou a convite da produção do evento.