Diversão e Arte

Coletivo de Poetas sempre a postos para ler uma boa poesia

Nahima Maciel
postado em 19/04/2011 08:00
Pode ser a Rodoviária, a Biblioteca Nacional, uma feira, uma praça ou um teatro bonito, se o convite for para ler poesia, o Coletivo de Poetas está sempre a postos. É um compromisso filosófico que rende saraus durante todo o ano. A maratona de 2011 começou na última semana, com o lançamento do Fincapé, sexto livro do coletivo e antologia de 43 poetas de Brasília destinada a comemorar os 21 anos do grupo. A agenda de lançamentos segue ao longo do mês de abril com leituras e apresentações no Sebinho, Biblioteca Demonstrativa, Barca Brasília, Café Martinica e T-Bone. São encontros nos quais se canta, recita e celebra ao som de versos. Faz parte da filosofia do grupo.

Criado pelo jornalista e poeta piauiense Menezes y Morais, o coletivo é aberto, democrático e acessível. Não tem estatuto nem número fixo de integrantes e acolhe a todos sem discriminar estilos e conteúdos. O Fincapé reflete com propriedade a ideia de Menezes: acolher toda e qualquer poesia produzida na cidade. Há de cordel a poesia visual, de iniciantes a veteranos. A intenção é proporcionar a todos algumas páginas de divulgação. ;Temos como objetivo levar a poesia a todos e recitamos onde somos chamados. Não temos apoio de nenhuma instituição. Isso, inclusive, foi votado. O coletivo nunca bateu na porta do Estado pedindo ajuda. E, pessoalmente, não acho que o Estado tem obrigação de publicar minha poesia;, diz Menezes.

A poeta Carla Andrade se sentiu mais acolhida pelo coletivo do que pela cidade de Brasília. Mineira de Belo Horizonte e radicada na capital há 10 anos, ela já escreveu versos sobre a cidade, mas sempre em tom amargo. Para o coletivo, no entanto, as palavras são outras. ;Fiquei muito satisfeita de ter minha poesia estampada no livro. Fico feliz de terem me recepcionado. Sou mais nova que muitos poetas que estão lá e é muito bom publicar poesias novas enquanto não lanço o livro;, diz Carla, que prepara material para lançar o segundo livro.

[FOTO2]O Fincapé é espaço de todos e, como explica Maurício Melo Júnior no prefácio, fica difícil encontrar regularidade no conjunto. Não é aí, continua Júnior, que reside a importância da publicação. ;Todos, versejadores maiores e menores, tinham ; e ainda têm ; o direito de expressar suas emoções. Não que a qualidade seja elemento secundário neste caminho, apenas não é regra para a aceitação de um novo sócio;, escreve. Nicolas Behr tem cinco poemas no livro e se norteia pelo mesmo pensamento de Júnior. ;É divulgação da poesia e acho importante ela circular fora dos guetos;, diz. ;O livro é um caleidoscópio, mostra várias facetas da poesia da cidade, é um espelho com mil reflexos.;

Lançamentos e saraus
; Hoje, às 19h, na Biblioteca Demonstrativa (506 Sul)
; Quinta, sexta e domingo, às 17h na Barca Brasília
; Dia 26, às 19h, na
Administração do Paranoá
; Dia 27, às 20h,
no Café Martinica
(CLN 303, Bl/A)
; Dia 28, às 19h, no Açougue Cultural T-Bone (CLN 312)

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