postado em 19/04/2011 08:00
Para comemorar sete anos de estrada, o grupo brasiliense Teatro do Concreto preparou uma série de projetos, que engloba, além das artes cênicas, fotografia, debates e literatura. Entre 1; e 31 de julho, acontecerá a Mostra Concreto em 7Atos. Vinte e uma apresentações ; divididas em quatro trabalhos em salas de teatros e três em espaços urbanos ; serão uma vitrine da produção da companhia desde a sua criação. ;No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), vamos encenar Diário do maldito, Sala de espera, Borboletas têm vida curta e Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos. A Rodoviária do Plano Piloto será palco para as performances de Ruas abertas, enquanto a Torre de TV receberá o Mirante. Por ser um espetáculo itinerante, Entrepartidas fará um passeio por diferentes espaços da cidade;, adianta Francis Wilker, diretor do Concreto.Ainda no Concreto em 7Atos está a produção de um livro sobre os processos de criação do Teatro do Concreto, com textos de artistas da trupe e de convidados, além da fundação e da manutenção do Centro de Referência e Memória do Teatro Candango, que tem como objetivo reunir doações de livros, monografias, dissertações e outros materiais sobre o teatro no Distrito Federal. Em paralelo, ocorrerão outras ações que o coletivo produz há alguns anos: Concreto aberto, ciclo de debates sobre teatro contemporâneo, e Concreto nas escolas, programa educativo que leva para estudantes da periferia questões ligadas ao universo teatral.
Também em julho, o Teatro do Concreto fará uma exposição de fotos no portal Primeiro sinal, organizado pela companhia mineira Galpão Cine Horto. Na galeria virtual www.primeirosinal.com.br, os internautas conhecerão, por meio de várias fotos, a trajetória do grupo brasiliense. Na ponte aérea Brasília-Recife, a trupe desenvolve um intercâmbio cultural com os pernambucanos do Magiluth. No trabalho Do Concreto ao mangue, aquilo que meu olhar guardou para você, os dois coletivos trocarão experiências voltadas à criação e à gestão, realizando intervenções nas duas cidades, na primeira quinzena do mês de junho.
Atualmente, Wilker está dirigindo jovens do programa Arteação concreta, do Ponto de Cultura Casa da Ribeira (bairro da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte). ;O processo está incrível. Podemos dialogar com a cidade e com o espaço urbano e, compartilhar nossos processos de criação;, diz o diretor. Na capital potiguar, também estão Nei Cirqueira (assistência de direção), Jonathan Andrade (dramaturgia) e Micheli Santini (oficina de treinamento para atores), todos colaboradores do Teatro do Concreto.
A curta trajetória do grupo não impediu que a companhia se tornasse uma referência do teatro feito no Centro-Oeste. Mas, apesar do prestígio, enfrenta dificuldades para se manter. Com 13 integrantes, vários colaboradores e ensaios quatro vezes por semana em uma sala no Conic, o grupo teme pelo futuro. ;Há dois anos, alugamos essa sede e mesmo com a grande quantidade de projetos não sei se poderemos continuar lá por falta de patrocínio. É difícil, principalmente, porque em Brasília não há uma política cultural consolidada, que garanta a continuidade dos coletivos teatrais;, desabafa Wilker.
;O Teatro do Concreto é como Brasília, reúne gente de vários lugares;, resume Wilker sobre a criação do grupo que surgiu em 2003, após o encontro de alunos de uma escola pública de São Sebastião, de um cursinho pré vestibular e de colegas da Universidade de Brasília (UnB). O primeiro trabalho profissional, o espetáculo Sala de espera (adaptação de A doença uma experiência, do escritor belga Jean-Claude Bernardet), participou de várias eventos. Mas foi com Diário do maldito, no ano seguinte, que a companhia ganhou maior visibilidade.
Amanhã, às 19h, o grupo apresenta Ruas abertas, na Rodoviária do Plano Piloto, em homenagem aos 51 anos de Brasília.