Recentemente, o Google conseguiu mais uma façanha. O site criou um meio de visitar virtualmente 17 dos mais importantes museus dos Estados Unidos e da Europa. A ferramenta permite visualizar mais de mil obras de arte, ;andar; pelos corredores de museus como Metropolitan, Moma, Tate Gallery, ler sobre a história por trás de cada um dos trabalhos e criar coleções de arte.
A visitação on-line já tem inspirado nomes importantes da museologia brasileira, como o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José Nascimento Júnior. ;Estamos procurando o Google América Latina para trabalhar nessa mesma direção;, conta. Para ele, a tecnologia deve ser usada para aproximar o público de experiências culturalmente enriquecedoras, como a visitação às memórias artísticas.
No Museu da República, no Rio de Janeiro, e no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, já é possível fazer um passeio virtual. Mas Nascimento almeja a perfeição do método do Art Project, adaptado do programa Street View, onde é possível fazer uma navegação de 360 graus, e obter uma noção melhor do que qualquer guia poderia oferecer.
A possibilidade de examinar obras canônicas de pertinho, com uma intimidade concedida somente aos artistas que as fizeram, chamou a atenção de Margarete Lopes dos Santos, que dá aula de história da arte para alunos do ensino médio. Para um amante da cultura, a riqueza de detalhes vista por meio do programa choca ; até algumas sutilezas que normalmente não são visíveis ao olho humano.
Um exemplo disso são as pinceladas nervosas de Van Gogh, no quadro Noite estrelada, vistas centímetro por centímetro, ao dar um clique no zoom. Ou os pequenos pontinhos que compõem a maioria das pinturas de Chris Ofili , como em No woman no cry, situada do Tate Gallery, em Londres.
;Nós temos CD-Roms e aparelhos de projeção. Porém será muito mais vantajoso utilizar esse programa. Não só a visualização da obra ficará mais clara, mas o reconhecimento dos espaços;, explica a professora, que ainda não começou a utilizar a ferramenta, mas já pensa na melhor forma de passá-la para seus pupilos.
O curador responsável pelas obras que circulam no Museu de Arte de São Paulo (Masp), Teixeira Coelho, não vê a ferramenta como o máximo da evolução, mas acredita na sua utilidade. ;Isso não se compara à emoção de ver uma obra em tamanho real pessoalmente;, pondera. Para ele, uma das coisas mais valiosas de estar fisicamente em um museu é a presença de outras pessoas ao redor. ;Podemos compartilhar sentimentos ou a sensação de estar espremido em uma sala com várias pessoas. Tudo isso influencia a sensação ao ver a obra;, justifica.
Para ;visitar;
Germ;ldegaleria, em Berlim
Freer Gallery of Art, em Washington
Alte Nationalgalerie, em Berlim
Moma, The Museum of Modern Art, Nova York
Museum Kampa, em Praga
National Gallery, em Londres
Musei Thyssen, em Madri
Museo Reina Sofia, em Madri
Palace of Versailles, em Versailles
Rijksmuseum, em Amsterdã
Tate Britain, em Londres
The State Tretyakov Gallery, em Moscou
The State Hermitage Museum, em São Petesburgo
The Metropolitan Museum of Art, em Nova York
Uffizi Galley, em Florença
The Frick Collection, em Nova York
Van Gogh Museum, Amsterdã
Visitação no Art Project: www.googleartproject.com