Diversão e Arte

Salas de cinema antecipam estreias para esta quinta

postado em 21/04/2011 09:24

Diretores de prestígio, releituras de historietas infantis e personagens em fortes momentos de conflito estão no farto cardápio cinematográfico, que, por causa do feriado, é antecipado aos espectadores da cidade ; com sessões a partir de hoje. A referência mais direta em torno da ressurreição de Cristo dá base à animação Hop ; Rebelde sem Páscoa, dirigida por Tim Hill, que conduziu Alvin e os Esquilos e criou vários episódios de Bob Esponja.

Associado a roteiristas de sucessos como Horton e o mundo dos Quem e Meu malvado favorito, Tim Hill comanda, em Hop, um enredo dividido em duas frentes: na primeira, coelhos e frangos descendentes da civilização Rapa Nui (na Ilha de Páscoa, ao sul do Oceano Pacífico) se mobilizam, às vésperas da sucessão do Coelho da Páscoa; noutro ambiente, mais precisamente em Hollywood, o filhote do Coelho da Páscoa, Júnior, batalha para se firmar como baterista. As seculares esculturas em pedra dos Rapa Nui na animação servem como enfeite para o funcionamento de uma central de confecção de ovos de chocolate. Como de costume, na versão legendada, as vozes de personagens ficaram a cargo de intérpretes conhecidos, como Hugh Laurie, James Marsden e Elizabeth Perkins.

Também abarrotado de situações fantasiosas, A garota da capa vermelha ganha o lastro de figurões de Holywood: do produtor Leonardo DiCaprio à diretora Catherine Hardwicke (que, à frente de Crepúsculo, respondeu por bilheteria de quase US$ 400 milhões). Vendido como uma recriação de Chapeuzinho Vermelho, o filme se passa no vilarejo Daggerhorn, dotado de ares medievais, e traz roteiro de David Leslie Johnson (A órfã). Dois padres (Lukas Haas e Gary Oldman) se envolvem na tentativa de afugentar um lobisomem que matou a irmã de Valerie (Amanda Seyfried, de Mamma mia). A moça, prometida para o rico Henry (Max Irons, o filho de Jeremy Irons), emplaca um triângulo amoroso, já que ama o lenhador Peter. Integrado por conhecidos, o elenco traz Virginia Madsen, Julie Christie e Shiloh Fernandez (Gossip girl).

A meio-termo, entre o completo entretenimento e as pretensões artísticas, O primeiro que disse ; outra estreia antecipada ; funde drama e comédia, a cargo de Ferzan Ozpetek (um cineasta turco, educado na Itália). Muitos percalços ameaçam a felicidade de Tommaso (Riccardo Scamarcio, de Meu irmão é filho único), que se preserva de ;cometer erros;, como define a avó dele, em torno da homossexualidade que ele reprime. De família tradicional, saído da ;linhagem; Cantone, Tommaso tem vetada até a palavra homossexual, imprópria no vocabulário do pai Vicenzo (Ennio Fantastichini), quando o assunto é o irmão Antônio (Alessandro Preziosi), deserdado por ser gay. Camadas de segredos, que vão de infidelidades a amores contidos, habitam o filme exibido no Festival de Berlim e que dá sequência à filmografia de Ozpetek, que inclui Banho turco (1997), Um amor quase perfeito (2001) e A janela da frente (2003).

Menos convencionais

Espectadores mais atentos às possibilidades alternativas do cinema têm, ao menos, duas novas atrações no circuito de exibição: Cópia fiel e A minha versão do amor, ambos recheados por personagens em crise. Vencedor do prêmio de melhor atriz para Juliette Binoche, no último Festival de Cannes, Cópia fiel traz a assinatura do iraniano Abbas Kiarostami (Gosto da cereja). No longa, Binoche interpreta Elle, uma intelectual que clama por maior simplicidade e desobstruções dos problemas corriqueiros.

Afastado do seco (e habitual) estilo, Abbas Kiarostami esboça uma trama simples ; um casal discute por vielas italianas questões suscitadas pela leitura de um ensaio sobre arte ;, a fim de contrapor noções de razão e sentimento emanadas pelos protagonistas. A abordagem romântica do diretor não se apoia em simplicidade: além das cerebrais idiossincrasias do escritor James Miller (representado pelo barítono William Shimell), o filme avança por caminhos abstratos até o final inesperado, que tanto desfaz as certezas dos espectadores mais racionais quanto deleita àqueles mais detidos no plano emocional.

Em

Também povoado pelas motivações de um escritor, no caso Barney Panofsky, (Paul Giamatti, melhor ator cômico, pelo Globo de Ouro), A minha versão do amor completa a lista de filmes que entram em cartaz hoje. Quase 15 anos depois de buscar inspiração na vida de Brian Wilson (do The Beach Boys) no longa Whale music, em A minha versão, o diretor Richard J. Lewis (da telessérie CSI) cutuca o universo do décimo romance do canadense Mordecai Richler, A versão de Barney. Dustin Hoffman, Minnie Driver (Gênio indomável) e Scott Speedman (Minha vida sem mim) estão na trama detida na descrição de quatro décadas, três casamentos e turbulentos relacionamentos de Barney (elaborados, em particular, com o detestável pai e com um ;ex-amigo;).

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