Nahima Maciel
postado em 03/05/2011 08:00
A homenagem é um termômetro da evidência do Brasil na área. Em 2013, o país também será destaque na Feira do Livro de Frankfurt, a maior da Europa. ;É o reconhecimento de que continuamos produzindo livros de qualidade nesse campo. Nossa produção é muito expressiva pela qualidade, temos vários autores premiados, Lígia Bojunga ganhou o prêmio Hans Christian Andersen em 1982 e, em 2000, Ana Maria Machado ganhou também. Temos um reconhecimento internacional e o estande é bastante procurado;, conta Elizabeth.
A fundação participa da feira de Bolonha desde 1974. Nos anos 1970 e 1980 a presença era tímida, com apenas uma mesinha e catálogos concebidos quase artesanalmente. ;Hoje o Brasil está em tudo quanto é lugar e percebe-se uma repercussão grande. Vou à feira há 23 anos. Me lembro quando começou a história do fax, diziam que as feiras iam diminuir. Depois veio a internet e a história de que os negócios estariam se fechando fora das feiras. E, ao contrário, o negócio só aumenta;, lembra Elizabeth.
A Feira de Bolonha é a única no mundo com atividades exclusivamente dedicadas ao mercado editorial de livros infantojuvenis. É uma feira essencialmente de negócios. O público comum não visita o evento, que é frequentado apenas por profissionais do livro. A ilustração e a imagem têm papel importante na maneira como os organizadores encaram a feira. Todo ano há um espaço dedicado a exposições de ilustrações e um prêmio para o melhor projeto de arte gráfica editorial.
Visibilidade
Ser o país homenageado implica uma série de compromissos e destaques. ;Teremos um espaço para apresentar nossos ilustradores. Hoje, o país homenageado tem que ir para além dos muros da feira. A cidade é linda, tem uma universidade, livrarias lindas, espaços culturais. O país homenageado tem que promover sua cultura nesses espaços. É um momento que dá visibilidade enorme;, diz Elizabeth.
Em 2009, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) participou pela primeira vez da Feira de Bolonha. Levou para o evento seis editoras integrantes do Brazilian Publisher, projeto que reúne 54 editores interessados em comercializar livros no exterior. Durante a primeira participação, o volume de negócios fechados ficou em US$ 130 mil. Este ano, a CBL participou com 12 editoras e a estimativa de negócios até 2012 é de US$ 315 mil. ;Percebemos que, mesmo sem o Brasil ser homenageado, a visibilidade tem crescido. Acredito que ainda possa melhorar muito;, avalia Dolores Manzano, gerente de projetos da CBL e coordenadora do Brazilian Publisher. O mercado de livros infantojuvenis é o que mais cresce na cena editorial brasileira e os negócios fechados em feiras internacionais são reflexo desse fenômeno. ;É o nicho que mais cresce porque o governo brasileiro tem feito vários movimentos de incentivo e é o maior comprador de livros infantis do Brasil;, avisa Dolores.