Diversão e Arte

Com uma legião de fãs, cantor havaiano Jack Johnson faz show na cidade

postado em 13/05/2011 10:13

Jack Johnson ainda se impressiona com a repercussão positiva que seu trabalho alcançou. ;Isso é mais surpreendente para mim do que para qualquer outra pessoa no mundo, tenho certeza;, comentou o músico em entrevista ao Correio. O cantor, que se apresenta em Brasília no dia 25, diz que o segredo do sucesso de sua música é a simplicidade, cantar coisas com as quais as pessoas se identifiquem.

E não foram poucas as pessoas que viram nas letras desse havaiano de 35 anos algo que elas conseguem relacionar às suas vidas. Lançado em 2001, Brushfire and fairytales, primeiro dos seis álbuns de estúdio do artista, vendeu mais de um milhão de cópias só nos Estados Unidos. Toda a sua discografia soma mais de 7 milhões de discos vendidos.

Além da mensagem nas canções, a sonoridade das músicas de Jack Johnson é um fator determinante para a popularização do cantor. ;Ele é charmoso, mas o que me chama mesmo a atenção é o som: tranquilo, mas não dá sono;, aponta a advogada Juliana Quinta de Mendonça, 31 anos, que conheceu as músicas de Johnson na voz de artistas brasilienses. ;O som que ele faz é fácil de assimilar e essa é a essência do pop: trabalhar os arranjos das músicas de forma que o ouvinte não precise de muito esforço para acompanhar;, comenta o músico brasiliense Wander Santos, 27.

E arranjos simples, ele explica, não significam um trabalho sem identidade. ;As músicas dele têm as melodias e harmonias todas no lugar. E o trabalho com timbres resulta em uma textura única. Para conseguir isso, é necessária toda uma preocupação com os instrumentos, com o padrão rítmico das composições, com o tipo de melodia;;, continua Wander, que durante quase dois anos tocou baixo na banda Banana Pancakes, cover de Jack Johnson. Para o baixista, outro fator importante ajuda a entender o sucesso do cantor: ;Além dessa objetividade no som, o clima das músicas é tranquilo, de praia. Acho que isso contribuiu bastante;.

Veja vídeo de Jack Johnson:


Não é à toa que muita gente chama a música de Jack Johnson de surf music (o músico já tem uma outra denominação para ela, confira na entrevista). ;É uma vertente nova, repaginada da surf music, diferente daquela que faziam as bandas australianas que popularizaram o estilo nos anos 1980;, diz Renato Azambuja, 27 anos, percussionista e vocalista da banda brasiliense Surf Sessions. Antes de ser músico, o cantor havaiano foi cineasta e surfista profissional, o que ajuda ainda mais sua música a ser associada aos praticantes do esporte aquático. ;Ele traz muito à tona o lance de bem-estar, de viagem, de praia; as pessoas buscam isso, essa tranquilidade, esse relaxamento. Ele consegue trazer muito disso para as músicas dele;, afirma Azambuja.

Público fiel
A ;vibe; Jack Johnson encontrou discípulos no Brasil inteiro. Em Brasília, ela tinha até ponto de encontro: o Pontão do Lago Sul. Foi em bares e restaurantes dali que muitos cantores e bandas começaram a interpretar composições de autoria de Johnson, atraindo um público fiel. ;O movimento dos sem praia;, brinca Renato Azambuja.

;Durante três anos tivemos uma banda dedicada às músicas dele e de outros artistas influenciados por ele ou com sonoridades parecidas, como Ben Harper e Donavon Frankenreiter;, conta Marquinho Araújo, 32 anos, vocalista da Capitão do Cerrado, em referência ao BJ Project. Além de temporadas em Brasília, o grupo se apresentou em Goiânia, cidades do Nordeste e do Sul do país. A boa recepção da Capitão e do BJ Project abriu portas para outros grupos que navegavam em praias semelhantes, como as já citadas Banana Pancakes (nome de um hit de Jack Johnson) e Surf Sessions (que ainda hoje conta com músicas de Johnson no repertório).

Três perguntas // Jack Johnson
Como você descreve a sua música?
Hummm; música de churrasco, acho que ela vai bem para churrascos. Mas eu gosto de surfe e gosto do fato de os surfistas geralmente curtirem a minha música. Me deixa orgulhoso, mas eu nunca tento rotular demais a minha música. Você tem que fazer o que você faz. Mas eu diria que ela é bem tradicional, eu acho que folk, surfe ou sei lá;

Por que você acha que faz tanto sucesso? Qual é o segredo?
Tenho medo de contar o segredo e tudo ir embora. O fato da minha música ser popular é mais surpreendente para mim do que para qualquer outra pessoa no mundo, tenho certeza. O que eu posso dizer é que as músicas falam de coisas muito pessoais e, ao mesmo tempo, muito amplas. E as pessoas podem aplicá-las às suas próprias vidas. Sou um cara bem comum e normal, talvez por isso as histórias que eu conto tenham apelo para um grande público.

Qual é a sua motivação para continuar a com a música?

Não acordo todo dia pensando nisso. A música ocupa um espaço na minha cabeça, é como eu processo as coisas. De manhã, eu penso em outras coisas: levar as crianças para a escola, surfar; às vezes, eu fico um tempo sem pegar no violão. Outras vezes, surgem letras na minha cabeça e eu coloco músicas nelas. É uma maneira de processar as ideias e tirá-las da minha cabeça; eu toco bastante, mas por vezes deixo o violão de lado; é como inspirar e expirar, ler livros, experimentar a vida.

Serviço:
Jack Johnson / Quarta-feira, 25 de maio, às 21h, no estacionamento do estádio Mané Garrincha. Show com o cantor e compositor Jack Johnson (EUA). Abertura: G. Love (EUA). Ingressos: camarote: R$ 700 e R$ 350 (meia); pista premium: R$ 500 e R$ 250 (meia); pista: R$ 260 e R$ 130 (meia). Preços válidos para o 1; lote e sujeitos a alteração. Ponto de venda: lojas Mormaii ou Central de Ingressos (piso G1 do Brasília Shopping). Não recomendado para menores de 16 anos (menores somente acompanhados dos pais). Informações: 4003-1527.

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