Diversão e Arte

Xuxa vem a Brasília para apoiar projeto Não bata, eduque!

postado em 19/05/2011 09:42
Xuxa Meneghel, 48 anos, não ostenta o título de Rainha dos baixinhos à toa. A apresentadora é também uma militante dos direitos dos pequenos. Ela desembarca hoje em Brasília como porta-voz da campanha Não bata, eduque! e discute com parlamentares a violência contra crianças. A loira quer pedir aos políticos mais agilidade na aprovação do projeto que estabelece o direito da criança e do adolescente de serem educados sem o uso de qualquer forma de violência, castigo cruel ou humilhante. A proposta, de autoria do Governo Federal, ainda tramita na Câmara dos Deputados.

28 anos: tempo de atuação de Xuxa como apresentadora de programas infantisA artista conversou com o Correio sobre a luta pelos direitos das crianças e adolescentes e sobre outros assuntos Na entrevista, Xuxa passeia por temas como a carreira, os novos e antigos baixinhos, a cara atual da televisão brasileira e, também, o seu reinado. Nesse ponto, ela não hesita e reivindica a majestade. ;As crianças me deram este título, é meu.;

Xuxa também demonstrou estar atenta às mudanças da televisão brasileira e da própria infância. ;As crianças hoje têm tantas opções, com as novas tecnologias, tevê, vídeogame e computador. O desafio é atingir toda a família, não há mais espaço para programação separada por idade.;

Por que você decidiu fazer parte da campanha Não bata, eduque?

Tenho uma história de vida ligada a crianças e sempre uso a minha imagem em defesa delas. Há seis anos recebi o convite para ser porta-voz da campanha. No começo, pensei: ;Precisamos fazer uma campanha para dizer algo tão óbvio aos adultos?; Porém, os números mostram que muitas pessoas, de todas as classes sociais, acham que bater é sinônimo de educar. Queremos que a criança tenha seus direitos respeitados. Evoluímos nas questões raciais e de gênero, precisamos olhar para os direitos das crianças. Dessa forma, elas saberão que é possível resolver problemas sem violência.

Qual a melhor forma de educar uma criança?

Com amor, carinho, respeito e conversa. Orientar sem violência, fazer a criança pensar nos erros que cometeu, sendo parceira e ao mesmo tempo impondo limites e regras. Educar não é sinônimo de bater.

Os primeiros ;baixinhos; do seu reinado já se tornaram adultos. Como é a relação com esse público?
Encontro com meus ex-baixinhos e fico orgulhosa de ouvir que não bebem, não fumam e não usam drogas porque aprenderam comigo que isso faz mal à saúde.

E com as crianças de hoje?
Todo mundo sabe o amor que tenho por crianças. Elas são puras, verdadeiras. Sempre as tratei com respeito, carinho e verdade. Em meus trabalhos, continuo passando mensagens positivas, como: respeito, amor, preservação da natureza e não à violência.

Qual é a principal diferença entre as crianças lá dos anos 1980 e 1990 e as de hoje?

A facilidade e o acesso à informação. E isso é para o bem e para o mal. Já participei de uma campanha sobre o uso responsável da internet, que, apesar de seus benefícios, expõe as crianças a muitos riscos que antes não existiam.

Por conta do novo perfil das crianças brasileiras, você teve que promover alterações no seu estilo?
As crianças de hoje têm tantas opções, tevê, vídeogame, computador. O desafio é atingir toda a família, não há mais espaço para programação separada por idade. Como estou na televisão há tanto tempo, trabalho para os filhos dos meus primeiros baixinhos. Este ano, comecei a fazer o Mundo da Xuxa, na Globo Internacional. Os pais usam o programa para recriar a ligação dos filhos com o português.

Você ainda se considera a Rainha dos Baixinhos?
As crianças me deram este título, é meu.

Uma geração inteira cresceu influenciada pela Xuxa. Qual é sua mensagem para as novas gerações?

Quero passar para as pessoas que é possível ser feliz respeitando a natureza, as crianças, a vida! Quero usar todo este tempo que estou presente na vida das pessoas para defender as crianças. Não bata, eduque! Não seja conivente com abuso sexual contra crianças e adolescentes, denuncie!

Alguns críticos afirmam que você sofre de um complexo de Peter Pan e insiste em nunca crescer.
Eu tenho alma de criança, por isso chego sempre ao mundo delas. Mas nós mudamos. Hoje, sou mãe, entendo elas melhor. A cada trabalho sei que devo ensinar alguma coisa. Os pais me cobram por isso.

O que podemos esperar da Xuxa em 2011?
Vou lançar no segundo semestre o Xuxa só para baixinhos 11, que vai abordar como cada país ajuda o Planeta. Falo sobre sustentabilidade de forma simples e com dicas práticas.

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