Diversão e Arte

Minissérie Brilhante F. C. estreia na TV Brasil

postado em 23/05/2011 09:44
As donas da bola
;Dizem que, no Brasil, se nasceu menino, é jogador de futebol. Se nasceu menina, é princesa. Mas quem disse que princesa não pode jogar futebol?; Quem faz a pergunta é Rita (Priscila Lima), garota de 15 anos que bate um bolão (em todos os sentidos), logo no início do primeiro episódio de Brilhante F. C., que vai ao ar hoje, às 19h, na TV Brasil. Uma das boas novidades da emissora (a outra é Natália, estrelada por Aisha Jambo), a produção da Mixer conta com delicadeza a história de cinco adolescentes de uma pequena cidade mineira que lutam para criar o primeiro time de futebol feminino local.

E não é fácil. O pai não deixa, os meninos zombam, as amigas acham um horror, falta gente para completar o time, falta dinheiro para ganhar a inscrição no torneio da região; Mas, apesar das caras feias e dos joelhos ralados, elas vão se virando para treinar. E ao mesmo tempo, vivem as descobertas da idade. ;Será que ele passou a mão em mim porque estava comemorando o gol? Será? Não, o Vagner não; Era o gol;;

Eles podem não saber, mas Rita gosta de Vagner, que gosta dela também. É o único menino que a elogia pelo talento com a bola. Rita adora futebol desde pequena, mas cresceu com todos à sua volta dizendo que garotas não devem jogar. Quando vê um cartaz anunciando um torneio na cidade vizinha, ela faz tudo para se inscrever: pega dinheiro escondido da mãe, convence Jessy (Julia Foti), a garota chata que veio passar uns tempos em casa, a entrar para o time, e até a prima Giovana (Lívia Stacciarini), que antes parecia ocupada demais com as unhas (e só aceitou porque o namorado achou a ideia ótima).

;Rita está na fase de transição da adolescência, com muitas dúvidas e se descobrindo ainda. Ela tem uma paixão enorme pelo futebol e, com quatro amigas, monta um time. É ali que acontece a união delas, uma válvula de escape;, explica Priscila Lima.

Quando o time se forma de fato, vira parte fundamental da vida delas. Raquel (Suellen Arrabal), por exemplo, é filha de evangélicos, criada de forma rígida pelo pai, na zona rural do município. Proibida de sair de casa à noite, ela encontra um respiro nos treinos de futebol (só liberados pelo pai depois de muita insistência). Completa o grupo a talentosa Formiga (Fernanda Dias Neves), considerada a ;arma secreta; do Brilhante F. C.

;A juventude precisa da sensação de pertencimento e o Brilhante fala um pouco disso. Conta a trajetória dessas meninas que estão tentando encontrar seu lugar dentro do universo delas;, explica Kiko Ribeiro, que assina a direção, ao lado de Luís Pinheiro e Zaracla. ;Trazemos o interior do Brasil pouco retratado na tevê. Vamos falar sobre o jovem brasileiro e seus conflitos;, comenta Juliana Capelini, produtora executiva.

Rodada durante quatro meses em Santa Rita do Sapucaí (MG), a minissérie de 13 episódios (cada um com 26 minutos) foi uma das três da TV Brasil selecionadas pelo FicTV/Mais Cultura. O concurso, que teve 225 projetos inscritos, premiou minisséries voltadas para jovens, sem os estereótipos geralmente associados a eles. Não, Brilhante F. C. nada tem a ver com Malhação. O que já é um bom começo.

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