Com público cativo entre os brasilienses, Xangai costuma apresentar-se no Distrito Federal com alguma frequência. Em maio ele fez shows na Casa do Cantador, em Ceilândia, e também no Teatro dos Bancários. Hoje, de volta à cidade, o violeiro e cantador solta a voz no T-Bone (312 Norte), tendo em sua companhia os cantores e compositores Clayton e Bruno Aguiar, e os músicos Flávio Silva (piano) e Guilherme Vilar (percussão). Haverá participação de Miquéias Paz, como mestre de cerimônia.
No momento, além dos shows, Xangai está envolvido com a finalização de um novo CD. Trata-se de projeto acústico, no qual registrou só com voz e violão canções inéditas e músicas que se tornaram consagradas na interpretação dele. ;Em meus discos, sempre tive grandes músicos a me acompanhar. Desta vez, incentivado pelo grande violonista e concertista costarriquenho Mário Ulhoa, que mora há muito tempo na Bahia, resolvi gravar só com voz e violão;
Feliz com o resultado, mas ainda sem previsão de lançamento, Xangai afirma que este álbum é a sua prioridade atualmente. Entre as músicas inéditas estão Jundiá, só dele; Eu, ;versos da poeta portuguesa Florbela Spanca, que musiquei;; Hino no cangaço, ;que fiz em cima de versos do repentista pernambucano Ivanildo Vilanova. E há uma outra, chamada Paletó;, anuncia.
História
Sobre Paletó ele narra uma história. ;Há 16 anos, depois de show no Teatro Arthur Azevedo, em São Paulo, recebi no camarim o Manduca, filho do poeta Thiago de Mello. Ele me entregou um poema com esse título para que eu musicasse, mas confesso que não consegui de imediato;, relata. ;Guardei o poema entre meus escritos e me esqueci dele. No ano passado, o reencontrei-o e bastou por os olhos em cima para que a música viesse na hora;, acrescenta.
Do CD farão parte, também, as releituras de Água (parceria com Jatobá), Diopenar, ;que gravei com Juraildes da Cruz, no CD Nois é Jeca, mas é joia, de 2005; e o clássico Estampas eucalol, com a qual reverencia Hélio Contreiras. ;Quis regravá-la, para manter esse malungo (companheiro), que partiu no mês passado, na memória afetiva de quem acompanha minha trajetória;, explica.
Xangai adianta que no T-Bone fará um show de voz e violão, no qual revisitará algumas das canções que gravou em 12 discos. ;Gosto de ser acompanhado por bons músicos, mas aprecio também esse formato de show, que me permite entremear com as canções, histórias vividas ao longo da minha carreira. O contato mais direto com o público é algo, igualmente, que me agrada.; O cantador vai fechar a programação, às 21h.
Clayton Aguiar e Bruno Aguiar, pai e filho, abrem os trabalhos. O primeiro a se apresentar, às 19h30, é Clayton. ;Preparei cinco músicas, extraídas do meu repertório: Tempos atrás e Rock capira, de minha autoria; Uai, sô! e Eu não sou mais de lá, que fiz com Pedro José e Expedito Dantas, respectivamente; e Uai, do poeta Goiá, que faz parte do meu primeiro LP, de 1984.
Bruno, acompanhado por Flávio Silva (piano) e Guilherme Vilar (percussão), cantará A mão, Conversa fora, Décimo andar e Sete vidas , músicas do Dias normais, CD ; o terceiro da carreira ; que lançou em 2008. ;Com Xangai dividirei a interpretação de Estampas eucalol, o que vai ser uma honra para mim;, comemora antecipadamente. No encerramento, os três artistas juntam as vozes em Ai que sodade d;ocê, do paraibano Vital Farias.
Agenda cheia
; Em tempo de festejos juninos, Xangai, manteve agenda recheada de compromissos. Ele fez show no Terreiro de Jesus (Pelourinho), em Salvador, com repertório adequado ao período, interpretando músicas de Jackson do Pandeiro, Zé Dantas (parceiro de Luiz Gonzaga), Gordurinha e Jacinto Silva. Antes, a convite do governo de Pernambuco, havia participado em Recife do São João do Nordeste, ao lado de Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Marina Elali, João da Passarada, Ana Torres, Chagas Vale e Pinto do Acordeon.
Xangai, Clayton e Bruno Aguiar
Show hoje, às 19h30, no T-Bone (312 Norte). Acesso gratuito. Classificação indicativa livre.
Assista a clipe com performance de Xangai