Diversão e Arte

Celebração antropofágica encerra a 9ª edição da Flip

Nahima Maciel , Enviada Especial
postado em 10/07/2011 22:29
Paraty ; A 9; Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) encerrou hoje depois de três horas e meia de celebração de Oswald de Andrade capitaneada por Zé Celso Martinez Correa. O Teatro Oficina Uzyna Uzona encenou Macambira antropofágica em tenda montada na praia de Paraty. Andrade, autor do Manifesto antropófago , foi o homenageado da festa e ganhou montagem que começou com o relacionamento com Tarsila do Amaral, passou pela colonização portuguesa e pela investida francesa de Villegagnon e terminou num misto de deglutição do pensamento do padre Antonio Vieira com referências contemporâneas como a tecnologia.

Zé Celso foi o mestre de cerimônias, Deus, o papa e o responsável pela condução da catarse protagonizada pelo público e pelos autores, estes últimos tradicionalmente nus. No início do espetáculo, o dramaturgo tratou de liberar a entrada do públicio que não tinha ingresso e pressionava os seguranças para ultrapassar os portões que protegiam a tenda à beira-mar, a mesma usada pela Flip para transmitir as conferências ao público que não conseguiu comprar ingressos para a Tenda dos Autores.

Quando o Oficina encerrou o espetáculo foi a vez dos escritores Pola Oloixarac, Valter Hugo Mãe e Eduardo Sterzi subirem na bigorna disposta por Zé Celso no meio do palco para realizar a última mesa da Flip, aquela dedicada às leituras de cabeceira, com textos de outros autores escolhidos pelos convidados. Pola ficou empolgada e contracenou trechos de uma música com Zé Celso antes de ler trecho de romance de Nabokov. Mais tímido, Valter Hugo mãe escolheu Metamorfose, de Franz Kafka, enquanto Sterzi leu poema sobre identidade nacional.

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