postado em 21/07/2011 10:04

Atualmente, Evandro está envolvido num projeto ambicioso, o Samba Karrapixo, encontro de bambas de caráter cultural, que vem ocupando a quadra da Aruc, às quintas-feiras. ;Meu primeiro contato profissional com o gênero foi no Clube do Samba, fundado pelo Carlos Elias no fim dos anos 1970, que funcionava às segundas-feiras, no Teatro Galpão;, recorda-se. ;Naquela época, eu fazia parte do conjunto Primas & Bordões, com Alencar Sete Cordas, Carlinhos Giffone, Valério Xavier e Pedro do Pandeiro;, acrescenta.
Paralelamente, Evandro integrava o grupo Chorando pelos Dedos, formado só por instrumentos de cordas, no qual tinha Chico e Zé de Assis, filhos da mitológico chorão Francisco de Assis, o Dr. Six. O choro entrou primeiro na vida do violonista e cavaquinista. Bem jovem, ele participava das rodas de choro na casa da pianista Neusa França e no apartamento da flautista Odette Ernest Dias.
;Naquele tempo, no apartamento de Odette, convivi com verdadeiros mestres do choro como Avena de Castro, Bide da Flauta e Pernambuco do Pandeiro. Costumava participar também das reuniões na casa de Waldir Azevedo, no Lago Sul. Toquei algumas vezes com ele. Waldir chamava a atenção pela sonoridade que extraía do cavaquinho e pela interpretação. A partir dele, o cavaquinho, que era apenas um instrumento de acompanhamento, passou a ser, igualmente, de solo;, lembra.
Com Elza Soares
De 1982 a 1984, o músico emprestou seu talento à banda que acompanhava Elza Soares, e em seguida passou a tocar em shows e gravar discos com Dona Ivone Lara, Jorge Aragão, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, entre outros sambistas. ;Foi quando me radiquei no Rio de Janeiro por um período de sete anos. Mas a saudade bateu e voltei a Brasília em 1991;, conta.
Em seu retorno à cidade, com excelente bagagem artística e muita experiência, Evandro se reencontrou com os antigos companheiros do grupo Coisa Nossa. ;A partir de 2000, passou a dedicar-se mais à produção de discos, contratado pelo Zen Studio. ;Produzi em torno de 60 CDs de artistas brailienses ligados não só ao samba, mas também ao choro, reggae, rock, e até ao gospel;, revela.
O Samba & Choro, que existiu entre 2004 e o ano passado, foi outro projeto do instrumentista. O grupo além de deixar um disco como legado, revelou o cantor Makley Matos, que atualmente brilha no circuito das casas noturnas da Lapa (Rio) e no É com esse que eu vou, musical sobre a história do samba, que será apresentado em Brasília em setembro.
;Pelo projeto Gente do Samba, no Feitiço Mineiro, o Samba & Choro acompanhou em várias edições grandes nomes da velha guarda, como Nelson Sargento, Monarco, Elton Medeiros, Noca da Portela, Walter Alfaiate, Jair do Cavaquinho, Dona Ivone Lara, Tia Surica, além as cantoras da nova geração Cristina e Mart;nália;, comemora. Evandro, que até 2010, foi diretor musical do grupo que acompanha a sambista Dhi Ribeiro, tem dois discos gravados: um solo, Cavaco malandro, de 2003; e Papo de cordas, com o violonista Jaime Ernest Dias, de 2006. (IRL)
SAMBA DO KARRAPIXO
Com apresentação de Makley Matos e direção musical de Evandro Barcelos hoje, a partir das 20h, na Aruc (Cruzeiro Velho). Ingresso R$ 9,99. Não recomendado para menores de 18 anos.