Diversão e Arte

Natureza intocada é um tema explorado na programação do mês da fotografia

postado em 03/08/2011 08:27

A foto de Luciano Candisani é uma das 30 imagens da mostra Antes que a natureza acabe

Um alerta de preservação da natureza é tema da exposição Antes que a natureza acabe, composta por 30 fotos dos profissionais da Associação de Fotógrafos da Natureza. Trabalhos de 26 fotógrafos dedicados a clicar a fauna e a flora brasileira de regiões tão distantes como o Norte ou o Sudeste foram incluídos na mostra, que faz parte da programação do Mês da Fotografia, realizado nas unidades do Sesc da 504 Sul, de Ceilândia e do Gama até o fim de agosto.

;No primeiro momento, nós pensamos em fazer uma exposição apresentando a degradação. Mas depois pensamos melhor. A imprensa já faz isso abundantemente. Daí chegamos à conclusão de que era melhor mostrar a natureza exuberante do jeito que ela é. São poses da natureza pura, intocada. Tem apenas uma foto em que o homem aparece, numa foto submersa com um mergulhador. Para que as pessoas se sintam mexidas com isso e sintam o desejo de preservá-la;, acredita o presidente da associação, José Caldas.

Além de exposições, a programação traz palestras e oficinas relacionadas à fotografia. Caldas estará na cidade hoje para uma palestra sobre o ofício, às 20h, na 504 Sul. ;Existe essa ideia de que as fotos de natureza têm de ser tiradas apenas de manhã ou de tardezinha. Nem sempre é assim, as coisas acontecem o tempo inteiro. Existem algumas espécies que só podem ser vistas à noite, por exemplo. Então, o profissional deve de sair de madrugada e carregar luz para conseguir o clique. Em qualquer lugar do mundo, esta é uma profissão muito específica;, ensina.

Segundo o coordenador do evento, o fotojornalista Eraldo Peres, três eixos principais guiam a trajetória deste mês de celebração à foto. ;Queríamos descentralizar a fotografia do centro da cidade (Plano Piloto), onde normalmente já funcionam as galerias e os museus. Depois, queríamos lidar com a educação e a possibilidade de ação social para essas comunidades por meio da fotografia. Por fim, discutir a foto como método de expressão artística;, define Peres.

Pinhole gigante
Em Ceilândia, Anderson Schneider apresenta a exposição Jericos, e Arthur Monteiro e Isabela Lyrio, Cenas urbanas. Ali, o foco está no homem em grandes cidades ou como parte de ambientes inóspitos. No dia 12, às 20h, Schneider ministra uma palestra no mesmo lugar onde estão expostas as fotos de sua autoria. Relíquias escondidas embaixo das águas do Lago Paranoá estão em Brasília submersa, de Beto Barata, também expostas em Ceilândia. No Gama, haverá uma participação portenha. O Foto Club Buenos Aires coloca a musicalidade em primeiro plano em Tango.

Uma das novidades da programação é o uso de um pinhole gigante (máquina fotográfica artesanal feita geralmente com latinha e papel fotográfico) para que os visitantes possam entender como funciona uma máquina do lado de dentro do mecanismo. O aparato segue processo analógico e serve como exemplo de como eram feitas as máquinas desde os primórdios da fotografia. ;Num mundo tão midiático e tão digital, em que as câmeras estão presentes o tempo todo, é legal despertar o interesse pelo método artesanal e lúdico;, acredita Peres. O pinhole será apresentando em todos os Sesc, começando por Ceilândia.

Outro curso que está na programação coloca a fotografia ; uma arte essencialmente industrial ; no nível mais democrático possível. No curso de câmeras artesanais, ministrado pelo fotógrafo paraense Dirceu Maués, a ideia é construir máquinas fotográficas feitas com caixinhas de fósforos.
Anderson Schneider apresenta a exposição Jericos no Sesc Ceilândia
Mês da Fotografia ; Arte, Cultura e Ação Social
Até 31 de agosto, nas unidades do Sesc da 504 Sul, do Gama e de Ceilândia, das 9h às 20h. Exposições, palestras, workshops e oficinas de fotografia. As inscrições para cursos devem ser feitas nas unidades do Sesc em que serão realizadas as atividades. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

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