Diversão e Arte

Espetáculo Sky mirage 2 chega a Brasília para quatro apresentações

postado em 31/08/2011 08:29
Circo já visitou mais de 200 cidades do mundo em 60 anos: novo espetáculo tem orçamento de US$ 5 milhões
São Paulo ; Depois de passar por quatro cidades, o Circo da China, o maior do mundo, desembarca em Brasília para quatro apresentações, de hoje a domingo. O Correio conferiu em São Paulo o espetáculo que será apresentado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e atestou que os números alternam tensão e delicadeza na medida certa, emocionando a plateia. No picadeiro, os artistas usam tecnologia alinhada a um trabalho artístico de impressionar adultos e crianças.

O grupo, também conhecido como Shenyang Acrobatic Troupe, completa 60 anos e traz o espetáculo Sky mirage 2, criado pelos mesmos coreógrafos que fizeram a elogiada abertura das Olimpíadas de Pequim, em 2008. O evento tem de tudo: gente pendurada pelos cabelos, artistas mergulhando em argolas... No entanto, o número mais esperado é quando a trupe se reveza em rodas gigantes, testando os limites do equilíbrio em mais de 20 metros de altura, sem qualquer equipamento de proteção.

Os artistas usam um artifício comum em números circenses para emocionar. Eles fingem que erram em momentos não muito arriscados para criar a tensão de que podem se atrapalhar na hora crucial, provocando um coro nervoso dos espectadores. A artimanha arranca um aplauso mais acalorado no fim das apresentações mais perigosas. O segredo do sucesso do espetáculo está justamente na alternância entre números tensos e delicados. Em um deles, seis mulheres brincam no balanço ao som do piano, relaxando o público.

O Circo da China já passou pelos cinco continentes, visitou mais de 200 cidades de 50 países e está no Brasil pela quarta vez. Quase todos os números são feitos por chineses da cidade de Shenyang, noroeste do país, tradicional pelas escolas de artes. Quem for assistir, vai conhecer a história de amor entre a Phoenix e o Sol. Para alcançar a estrela que ilumina a Terra, a Phoenix estará sempre em busca da luminosidade para que o encontro os torne um único e harmonioso elemento. É justamente quando ocorre essa junção que o espetáculo tem seu ápice.

Efeitos visuais

A superprodução custou US$ 5 milhões. Dá para ter uma noção de como cada centavo foi gasto. Tudo parece grandioso, principalmente se tiver um olhar mais atento para o figurino de cada artista e para a parafernália que acompanha os números mais complexos. Mas nada é mais atrativo do que a parte artística.

A dificuldade e a complexidade das acrobacias também fazem do espetáculo algo mágico. Em determinadas ocasiões, o efeito visual intriga, principalmente quando se distrai o público com imagens de telões. Nos momentos em que os artistas praticamente voam, passando por cima da plateia, a impressão é que não se faz esforço algum.

Uma visita pelos bastidores revela que os acrobatas começam sua intensa rotina de treinamento ainda crianças, quando integram a equipe como alunos em regime de internato. Após quase 10 anos, passam a fazer parte do elenco oficial e trabalham com precisão os números pelos quais ficarão mundialmente famosos. No espetáculo que será apresentado em Brasília, são 12 crianças com idades inferiores a 16 anos, sendo que a mais nova tem apenas 12.

O momento de destaque dos jovens acrobatas é quando ficam deitados no chão equilibrando um tambor de 4kg com os pés, durante 15 minutos, numa arte chamada de ;repetição;. Em outro número lúdico, eles se vestem com roupas de bichinhos da floresta e brincam pelo palco. No espetáculo apresentado em São Paulo, as crianças chegam a descer do picadeiro para passear pelas fileiras da plateia, causando um alvoroço.

Entre os 50 artistas do Circo da China, estão os maiores acrobatas do mundo. O diretor, Na Ning, explica que o espetáculo faz parte de uma tradição milenar das dinastias Qin e Han, mas, na versão que chega ao Brasil, é feita uma adaptação. ;Para agradar o público, procuramos elementos ocidentais que facilitem o entendimento;, ressalta. Ele diz que a fusão com a cultura ocidental começou por volta de 1986, quando fizeram a primeira apresentação na Europa. Na ocasião, a produção começou a buscar referências fora da China para não ficar incompreensível aos olhos do espectador.

Onde assistir

Centro de Convenções Ulysses Guimarães, de hoje a domingo. Ingressos: de R$ 35 (meia-entrada, VIP Superior, na quarta e na quinta) a R$ 150 (inteira, VIP Gold, de sexta a domingo). Confira horários e preços em premier.ticketsforfun.com.br

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