Diversão e Arte

O rei leão, agora em 3D, ainda comove famílias com a relação pai e filho

postado em 05/09/2011 09:01

O herdeiro, admirado com orgulho pelos pais, é apresentado ao reino animal: lucro garantido aos estúdios

A sensação é de déjà-vu. Vários sucessos de verões passados serão relançados até o ano que vem nas salas de cinema. Desta vez, o reencontro marcado com espectadores saudosos será turbinado pelo efeito 3D e o consequente acréscimo no preço dos ingressos. O primeiro a cutucar nossa memória afetiva é o desenho animado O rei leão, da Disney, em cartaz na cidade. Alguns dos pré-adolescentes que assistiram ao filme na década de 1990, agora carregam filhos para acompanhar a volta de vossa majestade. É o caso da funcionária pública Camila Medeiros, 31 anos, que levou Anita para a pré-estreia no Pier 21. ;Sem dúvida, esse é um dos melhores filmes da Disney. É lindo e emocionante;, resumiu a mãe.

O sucesso comercial do rei medido em números encontra-se atualmente em US$ 783 milhões, e o desenho ocupa a 35; posição no ranking das produções mais lucrativas da história. Claro que tudo vai mudar com o retorno aos cinemas e mais ainda, em novembro, quando a versão Blu-Ray invadir o mercado. Reza o ditado que ;depois da tempestade vem a bonança;. Mas, no caso de O rei leão, uma inversão de fatores é totalmente possível. À época, era difícil apostar que os estúdios criados por Walt Disney seriam sacudidos pela ascensão da animação feita em computador, impulsionada pela Pixar (com financiamento de Steve Jobs, da Apple) e o emblemático lançamento do primeiro Toy Story (1995). Como ;malandro é o gato, que já nasce de bigode;, o estúdio tratou de cuidar da distribuição do simpático filme dirigido por John Lasseter. Em 2006, a Disney finalmente compraria a Pixar em um acordo de US$ 7,4 bilhões.

Camila e a filha, Anita, assistiram o desenho pela primeira vez no cinemaLançada originalmente em 1994, a história do leãozinho órfão Simba é considerada o último título da chamada Era de Ouro dos Estúdios Disney, na época presididos pelo executivo Michael Eisner. O longa é um tesouro da técnica de animação tradicional. Uma equipe de 800 artistas trabalhou desenhando e colorindo quadro a quadro durante três anos. O resultado foi superlativo. A savana africana representada na tela em milhares de tons era deslumbrante. Essa é a primeira diferença da projeção de antes e a de agora.

Na transição para as três dimensões, a paleta de cores parece esmaecida, apesar do esforço que levou nove meses para ser concluído. ;É claro que eles esperam lucrar mais ainda em cima de filmes que já renderam bastante. Eu não costumo gostar de filmes em 3D. Por mim, não seria lançado assim, mas meus sobrinhos adoraram;, comentou a assessora comercial Camila Crivelaro, 30 anos, acompanhada do quarteto Mel, Júlia, Bruna e Vinícius.

;Eu gosto da maneira como eles apresentam a relação entre pai e filho. É sensacional. Meus filhos não assistiram no cinema, mas se lembravam da música porque viam muito no DVD;, conta Gian Braggio, 31 anos, leiloeiro. A história de sucessão do trono no reino animal é livremente inspirada em Hamlet, de William Shakespeare. Já que o momento é de nostalgia, a ocasião é boa para recordar os versos da canção Circle of life ; Hakuna Matata. Os outros títulos dos anos 1990, previstos para serem relançados até 2012, são assinados pelo diretor James Cameron: Titanic (o segundo filme mais lucrativo da história do cinema) e Exterminador do futuro 2.

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