A voz rouca, o suingue negro e toda a energia característica de Elza Soares são a aposta para o encerramento da temporada 2011 do Terraço do Samba, que ocorre hoje, às 19h30, no Terraço Shopping. O evento traz uma das mais conhecidas divas da MPB para cantar, com seu estilo próprio, sambas que marcaram gerações e algumas novidades. A abertura do espetáculo do dia fica por conta do grupo brasiliense Aquattro.
Elza Soares não sobe ao palco do shopping sozinha. Ela vem acompanhada dos músicos Rômulo Pinto (teclados), Elcio da Costa (contrabaixo e violão) e João Melo (bateria). Sem fugir de suas características, a cantora promete um show ousado, sensual e, é claro, dançante. ;Vocês podem esperar a mesma Elza de sempre. Podem ter certeza que darei o melhor de mim. Sempre vou a Brasília e toda vez é um momento especial;, antecipa.
Uma parte do repertório do show é baseada no novo projeto da cantora: um disco chamado Arrepios, uma parceria dela com o violonista e arranjador João de Aquino. Ao falar sobre o novo trabalho, Elza não esconde a emoção e a expectativa em torno do desafio. ;Eu me arrepio cada vez que falo dele. É um álbum muito bonito. Eu canto para o violão e o João toca para a minha voz. É bom demais.;
Com vitalidade e criatividade impressionantes, Elza Soares continua entusiasmada. A cantora, como é costume em sua carreira, mergulha em outros projetos, que também estarão em parte presentes no show em Brasília. Um deles é a utilização das batidas eletrônicas da black music em seu repertório. ;Agora, eu toco com o DJ Muralha e vocês poderão conferir um pouco dsisso aí na capital;, promete a artista.
Inovação
Sobre o estilo predominante, Elza prefere não se prender a somente um tipo de canção. ;Gosto muito de música, por isso acho que não podemos ficar presos a um rótulo. Eu gosto da boa música. Canto de tudo;. Ela comenta que a inovação é o combustível para seguir adiante com a carreira. ;Eu me desafio sempre. A gente vai andando com a vida e a desafiando o tempo todo.;
Emoção
Conhecida por emocionar o público nas apresentações, a cantora não esconde que tal característica é fruto da maneira como encara a carreira. Elza admite que ocupar o palco é um dos momentos mais fantásticos da sua vida. ;Cantar para mim ainda é remédio bom, é o suplemento da alma. Cada vez que eu canto me emociono como se fosse a primeira vez;, enfatiza.
Sobre a nova geração de músicos brasileiros, a artista acredita que falta apoio para aqueles em início de carreira. ;Acho que é preciso trazer gente nova que é boa e nós não vemos. É preciso trazer esse pessoal à tona. Se continuar esse negócio de ter que pagar para cantar, esse povo vai ficar escondido;, alerta.
Três perguntas - Elza Soares
Quais os projetos futuros?
O futuro a Deus pertence, mas a gente sempre quer mais. Vou ficar um mês fora do Brasil, em turnê na Europa. Quero lançar gente nova. Estou lançando o violonista e cantor de samba João Paulo. Minha vida é também trazer gente nova ao cenário.
Você se considera inovadora?
Concordo plenamente. Eu criei o samba-jazz, comecei o samba-rock. Tenho uma maneira de cantar samba diferente, com minha rouquidão. Gosto de criar ritmos.
Você sempre lutou pelo direito dos negros. A situação melhorou?
Tem uma maquiagem boa, mas o negro hoje está mais consciente dos seus poderes, de que tem que estudar mais, tem que lutar mais pelos seus direitos. Agora, depois de uma miss angolana, o que a gente pode querer mais?
Elza Soares
Show hoje, às 19h30, na Praça das Palmeiras (Terraço Shopping). Classificação indicativa livre. Entrada franca. Informações: (61) 3403-2908.