Diversão e Arte

Começa nesta quinta-feira a 4ª edição do CopaFest, no Copacabana Palace

Irlam Rocha Lima
postado em 20/10/2011 10:11

Edu Lobo, Mauro Senise e Gilson Peranzzetta abrem hoje o CopaFest

Na primeira metade da década de 1960, tornaram-se famosos no Rio de Janeiro os bailes comandados por um músico cearense chamado Eduardo Lincoln Barbosa Saboia, que inscreveu seu nome na história da música popular brasileira como Ed Lincoln. Reverenciado recentemente por Emílio Santiago no CD Só danço samba, o pianista e organista será homenageado amanhã, no CopaFest, evento que chega à quarta edição e entra para o calendário cultural da antiga capital brasileira.

Como nos anos anteriores, o festival, no Copacabana Palace, reunirá nomes exponenciais da música instrumental do país ; alguns deles com carreira no exterior. Hoje, às 21h30, na abertura, o flautista e saxofonista Mauro Senise e o pianista Gilson Peranzzetta (que estiveram recentemente no Clube do Choro) receberão ninguém menos que Edu Lobo, um dos maiores talentos da geração sessentista, vencedor do Festival da Record de 1967, com Ponteio.

Senise e Peranzzetta, tendo ao lado Zeca Assumpção (contrabaixo), Rafael Barata (bateria), Bernardo Bessler (violino), José Alves (violino), Christine Springuel (viola) e Yura Ranesky (violoncelo), celebram a obra do cantor, compositor, arranjador e pianista pernambucano, tocando o repertório do álbum clássico Casa Forte ; A música de Edu Lobo. Ao participar do show, Edu, pela primeira vez, fará uso da voz como instrumento.

Idealizadores e curadores do CopaFest, o poeta, compositor, pesquisador e produtor Bernardo Vilhena e a produtora Carol Rosman criaram para esta edição uma programação em que predomina a universal linguagem jazzística, mas com o tempero brasileiro. Amanhã, a primeira atração, às 21h, é o paulistano Clube do Balanço, um grupo de nove músicos que têm em comum a paixão pelo samba rock. Liderados pelo guitarrista Marco Mattoli, eles fazem um baile nos moldes dos que ocorriam na periferia de São Paulo nos anos 1970. O som do conjunto tem o samba na base, mas não faltam toques de jazz, soul, boogie woogie, funk e, claro, rock.
[SAIBAMAIS]
Logo em seguida, às 23h, entra em ação Lincoln Olivetti, instrumentista que botava todo mundo para dançar no subúrbio do Rio nas décadas de 1970 e 1980, época em que, como produtor e arranjador, criou embalagem pop para discos de estrelas da MPB, como Tim Maia, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Rita Lee, quando ficou conhecido como ;feiticeiro dos estúdios;. Na homenagem a Ed Lincoln, Olivetti terá a companhia de uma superbanda, na qual destacam-se o guitarrista Davi Moraes e o tecladista Donatinho.

No sábado, o compositor e arranjador Arthur Verocai (gravado por Elis Regina, Ivan Lins, Leny Andrade e MPB-4) é o responsável pelo primeiro show, às 21h. Redescoberto no exterior por DJs e rappers, Verocai apresentará Timeless. Esse concerto ; que ele fez em 2009, em Los Angeles, à frente de uma orquestra de 30 músicos, incluindo Airto Moreira e sua filha (com Flora Purim), Diana Booker ; foi registrado em filme homônimo.

O encerramento do festival, às 23h, é com o aguardadíssimo show de Airto Moreira, que integrou o mítico Quarteto Novo, ao lado de Hermeto Pascoal, Théo de Barros e Heraldo do Monte, considerado fundador da moderna música instrumental brasileira. Aos 70 anos, o percussionista, radicado em Los Angeles, integrou as bandas de Miles Davis, Keith Jarret, Chick Corea, Wayne Shorter, Stanley Clark, Ron Carter, Herbie Hancock e Santana. Também tocou com Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Eumir Deodato e, claro, a mulher Flora Purim. No show, Airto será acompanhado pelo coletivo Eyedentity, do qual faz parte a filha Diana Booker.

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