postado em 25/10/2011 10:22
Qual seu número?, escrito por Karyn Bosnak, é uma comédia romântica como qualquer outra, mas conta com uma pequena diferença que faz com que o livro se torne mais interessante que outras obras do mesmo gênero. A história foge do enredo comum da mulher solteira em busca do amor da sua vida. No caso da personagem principal, Delilah Darling, a procura é pelo ;ex; da sua vida.
Ela toma a decisão de ir atrás de antigos namorados depois de ler uma reportagem no jornal sobre uma pesquisa que indicava que a média de parceiros sexuais da mulher americana era de 10,5 durante toda a vida. Delilah beirava os 30 anos e já tinha ido para a cama com 19 homens diferentes. O número a preocupava, mas foi a frase no fim da reportagem que provocou pânico. O estudo concluía que, se a pessoa já tivesse passado desse número, seria impossível encontrar a pessoa certa.
Já que as possibilidades de encontrar o homem ideal em uma nova pessoa estavam descartadas, Delilah começa a desconfiar que, talvez, este alguém tenha passado por ela sem que percebesse.
Peregrinação
Nesse meio tempo, ela é demitida da seção de criação da empresa onde trabalhava. Com o dinheiro do seguro-desemprego, contrata um detetive particular e começa uma peregrinação pelos Estados Unidos em buscas dos ex-companheiros.
Para mulheres com mais de 20 anos, o livro (que também virou filme) é diversão pura. Em vários momentos, é possível que a leitora se sinta na pele de Delilah e se identifique com algumas situações atrapalhadas. É provável também que elas enxerguem os atuais (ou ex) namorados nos personagens masculinos do livro, com personalidades bastante diferentes entre um e outro.
Entre o público feminino, o livro pode soar como o compartilhamento de experiências. O tom intimista faz de Delilah quase uma amiga pessoal da leitora. Entre os homens, por outro lado, há um certo desconforto. É como se estivessem invadindo a intimidade de Delilah e descobrindo tudo que já fez e o que passa na cabeça dela. Para um homem, chegar à última página é um desafio. Em parte porque, fora o sexo, não há nenhum outro assunto de interesse para o público masculino.