postado em 26/10/2011 11:09
Um intercâmbio ainda tímido e não oficial acontece entre Brasília e as cidades cinematográficas da Espanha. De uma maneira mais óbvia, o círculo se estreita no momento em que o Instituto Cervantes de Brasília abriga o ciclo de debates e projeções de filmes Cinema Espanhol em Descoberta, até sexta-feira, sempre às 19h. Atores, diretores e produtores brasilienses e espanhóis se reunirão em mesas com diferentes temas. Hoje, o debate gira em torno da produção de curtas-metragens no Brasil e no exterior.
Um dos participantes da mesa é o diretor brasiliense Santiago Dellape, autor de Nada consta 1 e 2, A vingança da bibliotecária e Ratão, todos feitos em narrativa curta. ;Sei que essa frase é meio batida, mas o curta-metragem é uma escola. É interessante dirigir vários curtas-metragens para depois fazer o longa. Tem gente que consegue ir direto para o longa e se sai razoavelmente bem. Cinema se aprende muito na prática. No caso específico do roteiro, direção e montagem, o exercício é imprescindível;, acredita Dellape. A mesa também será composta pelo produtor brasiliense Alexandre Costa e o espanhol Pablo Caballero.
Uma das preocupações de curtas-metragistas é o espaço de exibição para esse formato, normalmente restrito a festivais de cinema e à internet. ;Gosto de fazer filmes para o grande público. O problema é que os curtas ficam restrito à janela de festivais. Existem pelo menos 100 festivais hoje no Brasil. Mas é uma janela limitada. Tanto que os bons curtas se repetem em várias mostras;, pondera o diretor.
Onda coreana
Além do badalado cinema espanhol, Brasília tem a chance de ficar diante de um polo asiático. A Coreia do Sul é pop. Não é novidade que o mundo todo gosta de acompanhar a trajetória da cultura de lá. O fenômeno ganhou até o termo hallyu (onda coreana). O mesmo se aplica ao cinema, com títulos aguardados e trajetória de autores acompanhadas com atenção especial pelos maiores festivais internacionais de cinema. Alguns desses filmes voltam a ser exibidos em Brasília, com o início da Mostra de Filmes Coreanos 2011, de hoje a domingo, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
É o caso de Poesia, um dos sete filmes que serão exibidos na mostra em Brasília e vencedor da Palma de Ouro de melhor roteiro no ano passado. O tema da terceira idade é abordado pelo ponto de vista de Mija, uma senhora excêntrica que resolve se matricular num curso de poesia e passa a enxergar a vida com a dimensão dos detalhes.
Conhecido no mundo todo, o cineasta Kim Ki-duk teve o Primavera, verão, outono, inverno e;primavera selecionado para passar aqui. A transitoriedade da vida por meio da passagem das estações do ano é a tônica dominante nesse título delicado. Nem todos os filmes produzidos na Coreia são feitos com poesia ou abordam temas delicados. Reunião secreta (de Jang Hoon), por exemplo, apresenta as dicotomias entre a Coreia do Sul e a do Norte, narrando a trajetória de dois espiões, originários de cada lado da fronteira.