Diversão e Arte

Edu Lobo recebe homenagem no projeto Outras Bossas, no Teatro da Caixa

Irlam Rocha Lima
postado em 27/10/2011 09:29

Mauro Senise e Edu Lobo no palco do Copacabana Palace, no show de abertura do CopaFest: reverência

Edu Lobo ainda se recorda do show que fez há uma década em Brasília, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. ;Foi uma apresentação especial e o público que lotou a sala me deu ótima acolhida. Antes, apresentou-se Rosa Passos, uma cantora por quem tenho grande admiração;, lembrou o cantor e compositor, em entrevista ao Correio, no camarim que ocupou antes de ser homenageado no CopaFest, na última quinta-feira, no Rio de Janeiro.

No show, ele foi reverenciado pelo saxofonista e flautista Mauro Senise e pelo pianista Gilson Peranzzetta, que recentemente lançaram pela Biscoito Fino o álbum Casa forte, em que gravaram standards da obra do compositor. No fim, Edu subiu ao palco e cantou Vento bravo, Choro bandido e A história de Lily Braun ; as duas últimas compostas em parceria com Chico Buarque para a trilha do musical O grande circo místico.

Há três meses, Edu esteve ao lado de Senise e Peranzzetta num concerto em Amsterdã, no qual tiveram a companhia da Metropole Orchestra, fundada em 1945 na Holanda. ;O concerto foi registrado em HD e está sendo mixado por técnicos do estúdio da Biscoito Fino. Deve resultar num CD e DVD, mas ainda não sei quando será lançado;, comentou com reservas.

Tido como avesso a entrevistas, Edu mostrou-se à vontade no Copacabana Palace. Contou, por exemplo, que obteve a aprovação de um projeto, via Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, para captar recursos visando a realização de uma turnê no próximo ano ; algo que o cantor não tem feito regularmente ao longo de 45 anos de carreira. ;Quero voltar logo a Brasília;, avisou.

O grande público descobriu Edu Lobo em 1967, quando ele venceu o Festival da Record, com Ponteio, superando Chico Buarque (Roda viva), Gilberto Gil (Domingo no parque) e Caetano Veloso (Alegria alegria). A história do festival foi contada no documentário Uma noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil, que depois de exibição em cinemas ; inclusive em Brasília ;, foi lançado este ano em DVD.

Antes, porém, conquistara a primeira colocação em outro festival, com Arrastão, que compôs com Vinicius de Moraes, defendida por uma cantora em início de carreira, chamada Elis Regina. Outra canção de Edu que se tornou um clássico da MPB foi Pra dizer adeus, com letra do poeta tropicalista Torquato Neto, um dos muitos parceiros do compositor.

Com outro parceiro, Chico Buarque, Edu criou a trilha sonora dos musicais O grande circo místico (1983) e Cambaio (2001). Do primeiro, músicas como A história de Lily Braun, Beatriz, Ciranda da bailarina, viraram clássicos e ganharam várias gravações de cantores brasileiros, entre eles Milton Nascimento, Gilberto Gil, Tim Maia, Gal Costa, Simone e Zizi Possi.

Tantas marés é o nome do álbum que Edu lançou em 2010, trazendo as inéditas Coração cigano e Qualquer caminho, compostas com Paulo César Pinheiro, e as regravações de Angu de caroço (lançada originalmente em 1980), Ode aos ratos, A bela e a fera e Ciranda da bailarina, da safra da parceria com Chico Buarque. Nesse disco, há a participação de Mônica Salmaso no acalanto Primeira cantiga.

Homenagem brasiliense

; Edu Lobo será homenageado pelo projeto Outras bossas, com show da cantora Dani Baggio e do violonista Luciano Fleming, hoje e amanhã, às 19h, no Café Cultural (anexo do Teatro da Caixa, no Setor Bancário Sul, Trecho 4). A entrada é franca. Classificação indicativa livre.

Assista ao vídeo do show no CopaFest:

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