Diversão e Arte

Três anos após o início das obras, Espaço Cultural do Choro abre na quinta

Irlam Rocha Lima
postado em 06/11/2011 08:00
Reco do Bandolim em frente à nova sede, que será inaugurada com apresentações de Armandinho Macedo, Banda Mantiqueira e grupo Choro Livre

A próxima quinta-feira vai ser um dia de celebração para a música em Brasília. Quase três anos depois do início das obras, finalmente, a sede do Espaço Cultural do Choro abre oficialmente as portas ao público. No prédio, concebido pelo genial Oscar Niemeyer, já vinha funcionando, desde o começo do ano, a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello.

Localizado no Setor de Divulgação Cultural ; no Eixo Monumental, próximo ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães ;, o espaço, construído numa área de 3 mil metros quadrados, é integrado pela sala de concertos e a escola de choro. Na área externa vai funcionar um café, instalado no centro de convivência, cercado pelas árvores, que foram preservadas.

A inauguração (para convidados) será com o show que reunirá o grupo brasiliense Choro Livre, o bandolinista e guitarrista baiano Armandinho Macedo e a paulistana Banda Mantiqueira, liderada pelo saxofonista e flautista Proveta. Um dia antes, Armandinho subirá ao palco da antiga sede do Clube do Choro, marcando o encerramento das atividades da sala, que futuramente vai acolher o Centro de Memória e Referência da entidade.

O convite a Armandinho para tomar parte da festa de abertura do Espaço Cultural do Choro é justificado por Henrique Santos Filho, o Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro e líder do Choro Livre. ;Temos uma gratidão muito grande por Armandinho. Quando assumi a presidência do clube, em 1993, a antiga sede estava desativada e servia de abrigo para moradores de rua. Foi então que ele e Raphael Rabello vieram a Brasília e fizeram um show na Sala Villa-Lobos, cuja renda foi revertida para a restauração do clube, que depois passaria a funcionar regularmente.;

Reconhecido nacional e internacionalmente, o Clube do Choro passa a contar com uma sala de concerto, que tem capacidade para acolher 400 espectadores. Da estrutura fazem parte a plateia, que receberá 105 mesas de quatro lugares; o palco de 75m2 ; o mezanino, onde funcionará a cabine de som, luz e vídeo; e um camarote destinado às autoridades e convidados especiais. No subsolo, há dois camarins, ligados à sala por elevador. A cozinha fica anexa à sede.

Totalmente climatizada, a sala de concertos recebeu projeto acústico criado pelo professor da Universidade de Brasília (UnB) Conrado Silva De Marco. ;Ele buscou colocar a acústica da sala em condições de receber os equipamentos eletrônicos de última geração: mesa de som, amplificadores e sistema de iluminação;, anuncia Reco do Bandolim, entusiasmado.

Salas de aula
A Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, em pleno funcionamento desde março, possui oito salas de aula com capacidade para 30 alunos, 10 salas menores para a prática de instrumentos, uma sala maior para o ensino de teoria, e outra destinada à reunião dos professores. Todo o complexo é dotado de sanitários e outros equipamentos.

;Setecentos e noventa e cinco alunos estão matriculados atualmente na Escola de Choro, nas aulas de violão de seis e sete cordas, bandolim, cavaquinho, violino, viola caipira, flauta, saxofone, gaita e pandeiro. As aulas são ministradas por 20 professores, sendo cinco coordenadores das áreas de teoria, cordas, sopros e percussão;, detalha Reco. As aulas são de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h. No último sábado de cada mês, é realizado ;um aulão; de prática de conjunto, que proporciona a criação de grupos dentro da escola.

Cada aluno recebe oito aulas por mês, pelas quais paga mensalidade de R$ 70. Entre os matriculados, 25% são bolsistas, pessoas de famílias de baixa renda, que recebem ensinamento gratuito. ;Mais de 30 formados na Escola de Choro tornaram-se profissionais da música e hoje integram grupos de choro, com atuação em palcos da cidade;, comemora o presidente do clube.

Com palco de 75m2, a sala de concertos tem capacidade para 400 pessoas

Grupo que costuma acompanhar músicos de outras regiões, que participam dos projetos do Clube do Choro, o Choro Livre tem entre seus integrantes instrumentistas formados na Escola de Choro: Henrique Neto (violão sete cordas), Rafael dos Anjos (violão seis cordas) e Márcio Marinho (cavaquinho). Atualmente, eles são professores da instituição.

;O Choro Livre, com o apoio de órgãos como o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Cultura, o Ministério do Turismo e a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, tem viajado para o exterior, estabelecendo relação com outras culturas e levando música a outros países;, lembra Reco do Bandolim. Em abril, o grupo esteve na China, durante a visita da presidente Dilma Rousseff àquele país.

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