Diversão e Arte

A convite do Correio, João Donato faz um tour sentimental por Brasília

Irlam Rocha Lima
postado em 13/11/2011 08:05

O acriano João Donato, radicado no Rio de Janeiro desde o começo da adolescência, é brasiliense por afinidade. Entre 1999 e 2005, ele passou boa parte do tempo na capital, depois que se casou, na 1; Igreja Batista, com Ivone Belém. À época, ela ; que hoje cuida da carreira dele ; era assessora de imprensa do líder do PC do B na Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, atual ministro do Esporte. ;Naquele período, eu vivia na ponte aérea;, lembra o genial pianista, compositor e arranjador.

A primeira casa, no Cruzeiro
No último domingo (um dia antes de fazer show na festa do Prêmio Congresso em Foco), a convite do Correio, João voltou a alguns lugares de Brasília que são marcantes para ele: o Hospital de Base, onde esteve internado por uma semana, para tratamento de um princípio de AVC; a feirinha da Torre de TV, para tomar tacacá na barraca Delícias do Pará; o Clube do Choro, local onde mais se apresentou; o Carpe Diem, restaurante em que conheceu a mulher, Ivone, hoje responsável pela carreira dele; e a Quadra 1.603, do Cruzeiro Novo, onde morou com ela.


Com 62 anos de carreira, 50 discos lançados e incontáveis prêmios ; entre eles a medalha da Ordem do Mérito Cultural, atribuída pelo, à época, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo então ministro da Cultura, Gilberto Gil, em 2004, e o Grammy Latino, pelo conjunto da obra, em 2010 ;, João voltará à cidade no próximo dia 30 para uma série de apresentações, até 2 de dezembro, no Espaço Cultural do Choro, no encerramento do Projeto Clube do Choro do Brasil.

A primeira casa, no Cruzeiro Novo
;Ao sair do Hospital de Base, fui ao Cruzeiro Novo conhecer o apartamento que a Ivone morava com o André, filho dela, que hoje tem 18 anos. Passamos a viver juntos e morei lá durante um ano. Em 17 de fevereiro de 2001, quando nos casamos, na Igreja Batista Central, na 603 Sul, em cerimônia celebrada pelo Pastor Vilarindo, já estávamos morando na 209 Norte. Um dos nossos padrinhos foi o (hoje) ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Em 2005, a Ivone, que à época trabalhava na Unesco, resolveu deixar o emprego para ir morar comigo no Rio.;

No Clube do ChoroClube do Choro, o palco de todos os anos
;Faço show no Clube do Choro desde 1999. Todos os anos toco no clube, para onde retorno no dia 30, com o show A bad Donato, o mesmo que apresentei no Rock in Rio. Me sinto em casa aqui. Sou muito bem tratado pelo Reco do Bandolim, pela Cida (mulher dele), pelos filhos deles, Henrique e Heloísa, e pelo Marquinhos, o produtor. O público também sempre me deu ótima acolhida. Estou muito feliz com a inauguração da nova sede, o Espaço Cultural do Choro, onde vou fechar a programação do projeto Clube do Choro do Brasil.;


O tacacá na barraca de Jacirema, na Torre de TV

;Como sou da Região Norte, tomo tacacá desde o tempo da mamadeira. Uma irmã minha que morava em Brasília me falou da barraca Delícias do Pará, na Torre de TV. Sempre que estou aqui vou à barraquinha de Dona Jacirema, uma pessoa alegre, comunicativa, que trata todo mundo com delicadeza. Aqui, tem suco de cupuaçu, maniçoba, enfim, tudo da culinária paraense. Quando morei em Brasília, era um dos meus programas favoritos no fim de semana. A nova feirinha está bem organizada e a Delícias do Pará continua sendo uma das atrações.;

Driblando as coronárias no Hospital de Base
;Em 13 de dezembro de 1999, eu estava em Brasília, vindo de Fortaleza, onde fiz show, e sofri um AVC. Atendido no Hospital de Base por uma médica de 21 anos, fiquei internado por uma semana, recebendo medicação. Não houve necessidade de cirurgia. Lá ganhei de presente do Dr. José Carlos Chinaglia um livro sobre o assunto, escrito pelo médico do (ex-)presidente John Kennedy. Ainda no hospital, recebi a visita de Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro, e do bandolinista Hamilton de Holanda. Eles me mostraram um choro ainda inacabado e fiz a terceira parte. O choro ganhou o título de Driblando as coronárias.;

A primeira vez que viu Ivone, no Carpe Diem
;Em 3 de dezembro de 1999, fiz um show no Carpe Diem, produzido pelo Heitor Reis, que é meu amigo. Quando comecei a tocar o piano, vi na plateia uma moça bonita e sorridente. Passei a flertar com ela. Para falar a verdade, fiquei o show inteiro de olho na Ivone. Quando terminei a apresentação, fui até ela, a cumprimentei e depois a beijei, deixando-a assustada. Naquela noite, começamos a namorar. Estamos juntos há 12 anos e somos muito felizes. A partir de então, Ivone passou a cuidar da minha vida e da minha carreira, que estavam meio bagunçadas. Muito zelosa, ela mantém tudo organizado, me deixando tranquilo para compor e fazer meus shows.;

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