A beatlemania é um fenômeno que alcança velhos, jovens e crianças. Talvez o caso mais inusitado seja o de Gael Melo, um aspirante a baterista de apenas 6 anos. O pequeno é fanático pelos Beatles e vai à apresentação acompanhado do pai, Marcos, e da mãe, Leila.
;Sou baterista como o Ringo. No ano passado, pedi de presente de aniversário de 6 anos o show do Paul McCartney em São Paulo. Este ano, pedi para ver o Ringo em Brasília, vai ser meu presente de 7 anos. Aí vou ter visto os dois únicos beatles vivos;, comenta o empolgado garotinho.
Além de ouvir as músicas do quarteto de Liverpool desde pequeno, Gael foi muito influenciado por um jogo de videogame, o Guitar Hero. ;A paixão aflorou após ganhar um game no qual ele pode ouvir e tocar boa parte das músicas da carreira da banda. Então, eu só mostrei o caminho, e fico feliz que ele vai pela trilha que consideramos mais apropriada;, ressalta Marcos Melo.
Mais velho que Gael, mas também sem nunca ter visto a banda junta, o estudante Pedro Correia, 21 anos, define-se como um beatlemaníaco. ;Vou ao show porque é um sonho ver mais um ex-beatle. Fui aos dois espetáculos do Paul (McCartney) em São Paulo e, agora que o Ringo vem a Brasília, não perderia de forma alguma;, conta.
Quando ainda era uma criança de 10 anos, Leandro Serejo, hoje com 42, ouviu o som dos Beatles em uma fita cassete emprestada pelo pai. A empatia foi imediata e, desde então, o servidor público curte a banda. ;Acho que o sucesso que não pode faltar no show é Yellow submarine, pois é a canção que embalou a minha juventude;, exige. Ele é um colecionador de discos do quarteto. ;Toda vez que alguém dos Beatles lança ou relança um disco, eu compro. Mesmo sem saber se eu vou gostar ou não.;
[SAIBAMAIS]
O guitarrista e vocalista da banda Beatlemania, Marcos Vianna, 39 anos, orgulha-se de ter visto os dois beatles vivos. ;Agora eu vou poder dizer para os meus netinhos que vi 50% da banda. Eu penso assim, a gente tem o privilégio de ser contemporâneo desses caras;, afirma. Para o músico, o som do quarteto é imortal. ;Você vê a molecada de 13 anos no show, são mais fãs que o pessoal daquela época. A banda está cada vez mais forte;, opina.
O engenheiro Hebert Leão, 59 anos, encara o evento dessa noite com um certo ar de saudosismo. Fã dos rapazes de Liverpool, ele confessa que diversas lembranças deverão passar por sua cabeça. ;O show do Ringo será como reviver a minha juventude, é recolocar os Beatles no palco de novo;, explica. O médico Carlos Lobo, 65, também está com os ingressos na mão e vai aproveitar para levar toda a família. ;Até meus netos vão, no total somos sete pessoas. Acho que antigamente os músicos eram mais criativos do que os de hoje. Mas graças a Deus, Ringo está vivo e eu vou poder vê-lo ao vivo.;
A servidora pública Raquel Veloso, 34 anos, usou o charme feminino para convencer o namorado, Valter Costa, 33, a ir ao show. Beatlemaníaca assumida, ela está ansiosa pela apresentação. ;Nunca imaginei que teria a chance de ver um deles em Brasília. Eu li que o espetáculo é muito emocionante;, conta.
Tumulto por ingressos
; Quem comprou as entradas em sites de compra coletiva teve um pouco de dor da cabeça, na hora de pegar o bilhete no ponto de venda em um shopping da Asa Norte. O problema é que apenas um guichê fazia o atendimento e o sistema ficou 30 minutos fora do ar, gerando uma fila imensa. Nem mesmo clientes preferenciais escaparam. ;Comprar na internet deveria ser mais prático, mas a empresa não tem preocupação com o cliente;, esbraveja o militar Tuxaua Linhares, 46 anos, depois de enfrentar duas horas de espera.