Diversão e Arte

Evento sobre cultura eletrônica chega a Brasília e discute o cenário local

postado em 24/11/2011 09:37

O francês Tristan Garner: conexões brasileirasA música eletrônica já faz parte da cultura dos brasilienses. A cidade tem um acervo próprio de festas e DJs que se dedicam ao ;tunts tunts;. O potencial de crescimento desse cenário na capital é o tema da edição regional do Rio Music Conference (RMC), que será realizado hoje na Boate Kiss & Fly (Setor de Clube Sul). Debates, workshops, cursos e palestras estão na programação do evento e, como não podia deixar de ser, também rola uma festa com o francês Tristan Garner, o carioca Johnny Gl;vez e o brasiliense Raul Mendes.

O sucesso do som produzido nas picapes é comprovado em Brasília. Para se ter um ideia, a cidade abriga 50% do público de música eletrônica de toda a Região Centro-Oeste. Não é à toa que a cidade é um mercado promissor para boates, festas e DJs. Guilherme Borges, um dos organizadores do RMC, explica que a capital é a nova vedete do circuito eletrônico. ;Trouxemos o evento para cá por conta da demanda. Esse tipo de entretenimento só cresce na região;, conta.

Os debates visam empresários e produtores interessados em investir na capital. Entre os temas principais estão a comercialização e produção de músicas, a ausência dos grandes festivais, o surgimento de novas boates e o futuro desse cenário. ;Vamos mostrar que esse fenômeno é uma resposta dessa geração que cresceu compartilhando conteúdo na internet;, diz Borges. ;A música eletrônica está presente no dia a dia das pessoas e, às vezes, o pessoal nem se dá conta disso. A galera fala que não curte o som, mas dança David Guetta e Black Eyed Peas.;, continua.

O DJ e produtor Raul Mendes afirma que essas ações são necessárias à profissionalização do mercado. ;É muito importante porque os eventos de música eletrônica são mal interpretados por empresários e até mesmo pelo governo. Eles associam automaticamente às drogas, mas isso é uma generalização. Precisamos mudar essa imagem para conseguir captar recursos;, argumenta.

Entre os principais convidados estão o DJ Rodrigo Vieira, eleito o melhor do Brasil em 2010 pela revista DJ Sound, e o produtor Junior C. ; único brasileiro patrocinado pela Pioneer. O último comanda, a partir das 17h30, um workshop gratuito de discotecagem.

Diversão
Apesar de ter um lado empresarial sério, Guilherme Borges lembra que RMC também é uma festa. ;A música eletrônica é mais um estilo dançante, é a coisa da batida. É muito ligada a celebração;, afirma. Por isso, o encerramento do evento é marcado por uma festa, às 23h, com dois DJs brasileiros e uma atração internacional. De quebra, será inaugurada a boate nova-iorquina Kiss & Fly, uma das mais aguardadas da cidade.

A principal atração da festa, o francês Tristan Garner, é um dos mais conhecidos da Europa. O jovem de 23 anos é autor de hits como Give love, Caribe e Fuckin Down. Em entrevista ao Correio, o DJ antecipou como será o set. ;Eu sou viciado em bootlegs e mash ups. A maior parte do tempo eu toco minhas próprias músicas, mas adapto o som à pista e algumas vezes curto quebrar tudo e tocar grandes sucessos;, brinca.

Tristan é um admirador da música brasileira. O francês elogiou o trabalho de Gui Boratto, mas também mostrou conhecer a MPB. ;Eu adoro Salomé De Bahia. Ela é muito famosa na França e colaborou com vários DJs franceses. Conheço o Antônio Carlos Jobim, pois durante minha infância meu pai tocava as músicas dele. Boas memórias;, ressalta.

O brasiliense Raul Mendes apostará em um set recheado de músicas que estão bombando nas pistas do mundo todo. Além disso, ele não esconde a ansiedade de tocar ao lado de uma estrela internacional. ;Tocar na noite de inauguração de qualquer boate, ainda mais do lado de uma atração internacional, é importante para o currículo de qualquer DJ;, comenta.

RMC BRASÍLIA
Hoje, à partir das 14h30, na boate Kiss & Fly (Clube ASSTJ, Setor de Clubes Sul). Entrada gratuita. Classificação indicativa livre. A festa com Tristan Garner, Johny Gl;ver e Raul Mendes começa às 23h. Classificação indicativa 18 anos. Preço não divulgado.

Três perguntas - Tristan Garner

A música eletrônica é um fenômeno mundial ou europeu?
Atualmente, a dance music é mundial e isso é ótimo. Não poderia imaginar tocar no Brasil há três anos. Hoje, tenho a chance de tocar em qualquer lugar. Nos últimos anos, minha música se espalhou pelo mundo inteiro graças a esse interesse pelo som eletrônico.

Quando você começou a tocar?
Eu comecei como produtor aos 12 anos. Era mais interessado em máquinas, sintetizadores e outras coisas. A discotecagem surgiu aos 18.

De onde vem sua inspiração?
Eu sinto que minha inspiração é um animal selvagem que não consigo controlar. Às vezes produzo duas músicas em uma noite, mas algumas levam seis meses. Não tem regra, por isso adoro produzir. É sempre uma surpresa.

Confira vídeo de Triston Garner , Freedom:

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação