postado em 02/12/2011 10:08
O ponto de fuga numa composição é o lugar no horizonte para onde convergem linhas em perspectiva. De uma forma mais utópica, a revisa eletrônica Coisa com Coisa, dedicada a literatura, design e fotografia, funciona como esse lugar, na internet, para onde convergem tendências das artes visuais. %u201CÉ inspirado em revistas de criação artística. Não tem espaço para conversinha, blá-blá-blá. É para apresentar a produção mesmo%u201D, afirma o editor da Coisa, o publicitário Marcus Póvoa, 27 anos.
O número 4 da revista, disponível no endereço www.coisacomcoisa.org, já está no ar. E a festa de lançamento é no Balaio Café (201 Norte; 3327-0732), hoje, a partir das 22h, sem cobrança de ingresso para a pista de dança. %u201CA gente não tem estratégia de lançamento. A revista vai para o ar e a divulgação é feita pelas redes sociais. As festas servem mais como comemoração%u201D, comenta Marcus.
São cerca de 30 colaboradores, entre artistas plásticos, fotógrafos, designers e escritores. Um tema é definido e discutido em fórum virtual. A publicação é tocada a distância, não existem reuniões físicas. %u201CTem gente que eu nunca vi pessoalmente. Tem colaboradores que estão em lugares tão distantes quanto Alemanha, São Paulo, La Paz%u2026%u201D, enumera Marcus, traçando pontos geográficos entre os artistas.
Muitos dos colaboradores são de Brasília. A cidade tangencia a publicação, aparecendo na forma de cenário, ou sutilmente, nos textos curtos publicados por lá. %u201CExiste um flerte com Brasília. Não é rasgado. Não é uma declaração de amor, mas a cidade aparece sim%u201D, define.
Nesta edição, foram selecionados trabalhos de 12 artistas. O que é a criação deles constitui um mistério. %u201CO tema da revista não é divulgado. A ideia é definir um tema para trabalharmos internamente, mas não deixar que o leitor faça as comparações entre tema e criações apresentadas%u201D, conta Póvoa, sobre a única restrição da revista, lançada bimestralmente.
%u201CA minha sensação é de que acontece como num filme. Cada um tem uma ideia e vai trabalhar em cima dela. Mesmo os textos são transformados em imagem. A intenção é criar uma narrativa. Quando os trabalhos são reunidos, parece que já virou outra coisa%u201D, explica sobre a constante ressignificação de imagens encadeadas por ele.