postado em 11/12/2011 15:45
Jards Macalé está com disco novo na praça. As 13 faixas são músicas que ele sempre gostou de cantar e representam bem os 40 anos de carreira. Sim, lá estão Negra melodia, Hotel das estrelas, Movimento dos barcos, Mal secreto. E quem disse que tudo tem de ser novo? ;Novo sou eu;, provoca o compositor, que revigora seus clássicos com outros arranjos e ainda recupera duas canções do raríssimo Só morto, compacto duplo de 1970 anunciado na internet por até US$ 500.
Jards, o CD que acaba de chegar às lojas, na verdade surgiu de um convite do Canal Brasil para que ele gravasse um DVD. Topar, ele topou, mas quis fazer diferente. Chamou Eryk Rocha, filho do amigo Glauber, para dirigi-lo e propôs o seguinte: um DVD que registrasse o processo de criação de um CD. Enquanto o filme não vem, aí está o disco, com Macalé cercado de craques de diferentes gerações, sob a direção musical de Cristóvão Bastos, que o acompanha há mais de 20 anos. ;Cristóvão é o ;figurinista; das canções. Trabalhamos juntos nas músicas, inventamos juntos;, ressalta.
Luiz Melodia, para quem Macalé e Waly Salomão compuseram Negra melodia, participa do álbum cantando a homenagem, numa versão reggae excelente, com Kassin no baixo, Pedro Sá na guitarra e Domenico Lancellotti na bateria. ;Foi só juntar! No fundo, eles já andavam juntos no som;, comenta o compositor. Já Mal secreto, conhecida na voz de Melodia, aqui ganha a participação vigorosa de Frejat (;Também uma admiração minha, de sempre;), no vocal e na guitarra.
Elton Medeiros é outro convidado especial. ;Elton é meu amigo. Sou admirador dele. Não podia deixar de convidá-lo pra tocar caixa de fósforo e cantar Nelson Cavaquinho. E ele o fez lindamente;, elogia Macalé, referindo-se à faixa de abertura, Juízo final. Thais Gulin, que divide com Macao os vocais de Hotel de estrelas, já havia mergulhado no universo do anfitrião ; o segundo álbum da cantora (ôÔÔôôÔôÔ) traz Revendo amigos (Volto pra curtir), música de 1972, dele e Waly, também regravada em Jards.
À vontade com a rapaziada, Macalé também manda muito bem sozinho ao violão, em Mulheres (inusitada parceria com Zé Ramalho) e Soluços, uma das duas faixas raras do compacto de 1970. Na outra, Só morto (Burning night), tem a ótima companhia de Cristóvão Bastos (piano), Jorge Helder (baixo), Jurim Moreira (bateria) e Victor Biglione (guitarra). ;Há quanto tempo eu não via/ Um dia tão bonito;, ele canta. Bendito dia que resolveu fazer esse filme sobre a arte de produzir um disco.