Diversão e Arte

Antônio Nóbrega mostra a ginga brasileira em aula-espetáculo no CCBB

postado em 15/12/2011 08:10
Cyntia Dutra - Especial para o Correio

Acompanhado das bailarinas Maria Eugênia Almeida e Marina Abbib, Antônio Nóbrega convida o público a mergulhar em sua aula-espetáculo Naturalmente ; Teoria e jogo de uma dança brasileira, de hoje a domingo, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), às 20h, com entrada franca. A apresentação do músico, dançarino e ator é fruto de 40 anos de pesquisas sobre danças populares brasileiras e reflete a visão do multiartista acerca do universo da arte nacional, de misturar sons e movimentos corporais. ;Esse processo de amadurecimento e compreensão não foi uma tentativa de provar que existe uma dança brasileira. Foi algo que eu percebi, veio naturalmente. Por isso, o nome do espetáculo;, explica Nóbrega.

Durante a aula-espetáculo, os dançarinos conduzem a plateia por uma trilha que atravessa Bach e Tchaikovsky, passando pelo maracatu e pelo choro de Jacob do Bandolim. As peças cenográficas são entremeadas por explicações de Nóbrega, que aborda os motivos que o levaram a acreditar numa dança genuína brasileira. ;Explano as razões pelas quais creio que essas representações populares têm uma unidade de temperamento, de movimentos, um universo material de passos e giros que as tornam nacionais. O espetáculo é uma síntese do que acho mais representativo nessas danças.;

[FOTO1]De acordo com o artista, é preciso valorizar a arte nacional, trazendo-a para cima do tablado. ;Nossa dança de palco ainda tem um viés eurocêntrico, com representações clássicas e contemporâneas de raiz europeia, mas o Brasil é um país que devia ter mais contribuições indígenas e africanas, como ocorre na nossa língua e nas nossas músicas;, critica. Além das apresentações diárias, haverá oficinas de danças brasileiras, no sábado e domingo, às 16h. As inscrições são gratuitas pelo telefone 3108-7623.

Maria Eugênia, filha de Nóbrega, fala como se deu o processo criativo de Naturalmente. ;Apesar de ter nascido do pensamento e das pesquisas do meu pai, eu e a Marina também participamos da parte criativa. Os duetos foram elaborados por nós, enquanto os solos foram criados individualmente.; A bailarina acompanha o pai desde os 7 anos em aulas com mestres populares. Aos 9, começou a dançar sob a orientação paterna e, a partir dos 18 anos, iniciou aulas de dança livre. ;Fiz dança africana, do ventre e flamenco. Há sete anos, estudo balé clássico;, afirma.

Primeiros passos
Maria Eugênia e Marina oferecem oficinas gratuitas desenvolvidas a partir da experiência com Nóbrega. Segundo as bailarinas, as aulas utilizarão passos de danças populares, como o cavalo marinho e o maracatu rural, para incentivarem a liberdade criativa e o improviso. ;Preparamos uma metodologia criada por mim e pela Maria Eugênia. A intenção é suscitar as pessoas a dançarem de maneira gostosa, de modo que se sintam bem;, explica Marina. Segundo a bailarina, foi feito um estudo prévio que permitiu a preparação das oficinas.


NATURALMENTE ; TEORIA E JOGO DE UMA DANÇA BRASILEIRA
Aula-espetáculo com Antônio Nóbrega. Com as bailarinas Maria Eugênia Almeida e Marina Abbib. De hoje a domingo, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB, SCES, Tr. 2, Lt. 22). Entrada franca. Não recomendado para menores de 16 anos. As senhas serão distribuídas na bilheteria com uma hora antecedência. Oficinas gratuitas: inscrições pelo 3108-7623.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação