Irlam Rocha Lima, Enviado Especial
postado em 17/12/2011 08:00
Salvador ; Claudia Leitte é vista por Carlinhos Brown como uma ;negra alemã;. Não por acaso, ele compôs para ela o repente Negalora. Sensibilizada, a cantora acabou usando o apelido carinhoso como título do show acústico que apresentou na terça-feira, no Teatro Castro Alves, em Salvador. O espetáculo foi gravado e será transformado na primeira parte de seu segundo DVD.
O registro de outro show, com características de festa, semelhante aos que Claudia costuma fazer, será a segunda parte do projeto. A data e o local ainda não foram definidos. ;A ideia é ocupar um estádio e promover grande celebração com os fãs;, adianta. Isso, de alguma forma, ela já conseguiu com Negalora, pois foi saudada de forma delirante pelos admiradores, maioria absoluta entre as mais de 1.500 pessoas presentes no Castro Alves.
Com duas horas de duração, o show teve diferentes momentos e climas. Usando quatro figurinos, em tons e cores diversas ; três deles longos ;, da grife cearense Água de Coco, Claudia teve a acompanhá-la um quarteto de cordas, cinco percussionistas, um baixista, um saxofonista, um tecladista e dois backing vocals. Ela abriu a apresentação com Pássaros, canção de Mikael Mutti, que fez parte do primeiro DVD, gravado em 2008, na Praia de Copacabana.
Em seguida vieram Dois caminhos e Bem-vindo amor (esta dedicada ao marido), que compôs em parceria com Sérgio Rocha; e a dançante No carnaval de Salvador (Sérgio Rocha, Zeca Brasileiro e Adson Tapajós); e A noite dos jangadeiros, que Jorge Vercillo fez para ela. A ideia de voltar ao tempo de ;cantora de barzinho; foi viabilizada com releitura de músicas como Telegrama (Zeca Baleiro), Falando sério (Maurício Duboc e Carlos Colla, do repertório de Roberto Carlos) e Mestre- sala dos mares (João Boasco e Aldir Blanc).
Entusiasmo
O primeiro convidado de Claudia a subir ao palco foi Max Viana (filho de Djavan), que dividiu com a anfitriã a interpretação de Sorri, sou rei, do brasiliense Alexandre Carlos, líder do Natiruts. Na sequência houve o duo com o cantor e compositor Henrique Cerqueira, em Crime, de autoria dele. O entusiasmo da plateia aumentou com a versão da cantora e de Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas, para o clássico O tempo não para (Cazuza e Arnaldo Brandão).
Entre os convidados, o aguardado com maior expectativa era Sergio Mendes, legendário pianista, um dos maiores propagadores da música brasileira no exterior. Ele acompanhou a mulher, a cantora Gracinha Leporace, na clássica Mas que nada, com a qual Jorge Ben lançou seu samba esquema novo. Depois, Mendes deu suporte luxuoso para Claudia em Magalenha (Carlinhos Brown).
Brown, aliás, foi, depois da cantora, quem mais se destacou na noite. Além de soltar a voz em Negalora e fazer, com Claudia, Pra todo efeito, do grande Batatinha, ele compôs GPS, forte candidata à música do verão da Bahia e a novo hit da estrela, que reinou absoluta no palco, num cenário que remetia às águas do mar.
O repórter viajou a convite da produção da cantora.