Diversão e Arte

Oswaldo Montenegro inspira-se em ritmos nacionais para compor novo álbum

Irlam Rocha Lima
postado em 23/12/2011 08:37
Com o pé na estrada desde a década de 1980, Oswaldo Montenegro está sempre de passagem. Ao usar essa expressão como título do seu novo CD, o cantor e compositor deixou implícito que a inquietude continua sendo algo a ser perseguido. Sem esmorecer, ele precisou ultrapassar vários obstáculos para obter o reconhecimento e conquistar posição de destaque na música brasileira ; responsável por levá-lo a se expressar artisticamente, também, no teatro, na televisão e no cinema.

Em De passagem, 41; título de sua discografia, o consagrado cancionista vai além, ao trazer para o repertório, estilos como xaxado, baião, blues e rap, com letras que vão da rebeldia ao ceticismo. ;Sou um compositor brasileiro. Isso significa multiplicidade. Nós, artistas verde e amarelo, temos todo tipo de influência. Somos resultado desse caldeirão. Daí, a variedade de ritmos;, explica Montenegro.

Autor de nove das 12 faixas, Oswaldo Montenegro capricha no dom de criar melodias

Autor de nove das 12 faixas do álbum, ele assina ainda os arranjos e produção, toca violões, piano, teclado e percussão, tendo a companhia de Madalena Salles (flautas), Alexandre Meu Rei (guitarras, baixo e percussão) Caíque Vandera (piano e teclado), Pedro Mamede (bateria) e Sérgio Chiavazzoli (bandolim). São músicos com quem tem trabalhado há bastante tempo. ;É importante tê-los comigo. A intimidade que se estabelece influencia no resultado do que a gente quer passar;, justifica.

Todas as músicas do De passagem são inéditas e foram compostas neste ano. Não importa por quê, que abre o repertório, é um xaxado moderno e arretado com texto que tem como tema a extinção. A vida quis assim, uma das canções registradas nesse projeto, é de autoria de Mongol, que volta a ser interpretado por Montenegro. O velho e bom Menestrel exibe a conhecida competência como melodista em Eu quero ser feliz agora, Velhos amigos e Pra ser feliz.

Concurso de clipes
Sucesso imediato nas rádios e na web, Eu quero ser feliz, que em momentos soa como um rap, virou tema de um concurso de clipes, no qual o cantor premiará com R$ 30 mil os vencedores (acesse wwww.oswaldomontenegro.com.br/concurso). ;Já temos muitas inscrições e ideias variadas. Os interessados em participar poderão se inscrever até 31 de janeiro;, anuncia. ;Serão escolhidos dois clipes e cada autor receberá R$ 15;, acrescenta.

O blueseiro surge com vigor na bela Sem susto (Oswaldo Montenegro e José Alexandre), que remete ao tema que permeia todo o disco. Num dos trechos da letra, diz: ;Os amigos da estrada vão e vêm/ E vai saber? Pra que tanto vai e vem, por quê?;. A canção que dá título ao trabalho foi escrita a seis mãos por Léo Pinheiro, Tião Pinheiro e J. Bulhões; enquanto a ritmada Palma é de autoria de Ulysses Machado, parceiro de Montenegro no sucesso Intuição.

De passagem, o show, estreou em 25 de novembro, no Citibank Hall, em São Paulo. Depois, foi levado a cidades do interior paulista e do Rio Grande Sul. Com agenda cheia de compromissos, o cantor diz que está ansioso para apresentar-se em Brasília com o trabalho, mas ainda não tem nada confirmado. ;Todo show que estreio, quero sempre fazê-lo em Brasília, onde tudo começou artisticamente para mim;, comenta.

Homem produtivo
Ao longo da carreira, Oswaldo Montenegro é dono de vários sucessos. A dança dos signos, por exemplo, ficou em cartaz, no Rio de Janeiro, de 1982 a 1989, sendo assistida por 1 milhão de espectadores. O filme Léo e Bia (exibido em setembro no 44; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro), que marcou a estreia do artista como cineasta, foi premiado no Cine PE (Festival de Cinema de Pernambuco), em 2010, e ganhou versão em DVD já à venda em lojas.


De passagem
CD de Oswaldo Montenegro com 12 faixas, lançamento da APE Music, com distribuição da Microservice. Preço médio: R$ 24,90.


Carinho de fã
Fã de Oswaldo Montenegro há mais de 30 anos, a brasiliense Marina Fernandes, que mora em Fortaleza desde 1983, assistiu a incontáveis shows do cantor, acompanhou a trajetória dele e, ao longo do tempo, catalogou vasto material iconográfico publicado sobre o ídolo. Esse acervo serviu de base para O Menestrel, livro com 162 páginas que lançou pela editora Biblioteca 24 horas. À parte desse material, ela juntou uma série de poemas que escreveu para demonstrar sua admiração por Montenegro.

POEMA
;Sua imagem reflete um sonho
Minha vida se resume assim
Em cada rua por onde passo
Vejo você em mim;
Imagem, de Marina Fernandes

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