Diversão e Arte

Fabiana Cozza comemora 15 anos de carreira e lança o terceiro CD

postado em 03/01/2012 12:07
Em algum dia entre março e maio, durante a produção do seu terceiro disco, a cantora Fabiana Cozza se viu em casa, fazendo um bolo de fubá. ;Era bem tarde e o Paulão 7 Cordas e os arranjadores estavam lá em casa. Devia ser uma da manhã e eles nem perceberam que eu estava cozinhando. A noite que deveria terminar mais cedo, acabou indo até mais tarde, porque todo mundo esperou o bolo ficar pronto. Não sou cozinheira de mão-cheia, mas me arrisco na cozinha;, conta Fabiana sobre a cena inusitada, que revela a relação carinhosa com a turma dos instrumentistas.

O cuidado com os músicos foi o mesmo dispensado ao CD homônimo de Fabiana produzido ;a toque de caixa;. Gravado em São Paulo, o álbum 100% independente também revela o zelo com os fãs. ;Tenho muita responsabilidade com meu público, que cobra e sente falta. Estava cansada de ouvir: ;Fabiana, cadê seu disco que não encontro para comprar?;. Então, resolvi que não ia mas me indispor com selo, com gravadora, e decidi fazer do meu jeito. Nós, artistas, sofremos muito com a distribuição das gravadoras no Brasil. Estou orgulhosa, esse disco é meu;, frisa.
Fabiana Cozza: ''Sofremos muito com a distribuição das gravadoras no Brasil. Estou orgulhosa, esse disco é meu''
Com 12 faixas, Fabiana Cozza faz um passeio pelos sambas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Lá fora (Elton Medeiros/Delcio Carvalho), Lupiciana (Wilson das Neves/Nei Lopes) e o sucesso Sandália amarela (Wilson Moreira/Nei Lopes) representam a ala carioca. Dos batuques paulistas, vêm São Jorge (de Kiko Donicci que, com Fabiano Ramos Torres assina Santa Bárbara), Solo sagrado (Julio Marcos e Xuxu), Sabe Deus, Eternamente sempre e Festa do Zé. As três últimas do compositor Sombrinha com Marquinho PQD e Carlinhos Vergueiro. ;Não sei se o CD está mais carioca, mas não poderia deixar de lado parte da minha história que também está no Rio, uma cidade que ensinou a aprimorar meu samba. É claro que o disco terá um sotaque carioca porque foi tocado por músicos de lá, mas não deixei de levar minha turma de São Paulo. Acho ótima essa mistura;.

No mesmo caminho dos álbuns anteriores ; O samba é meu dom (2004) e Quando o céu clarear (2007) ; , Fabiana Cozza faz uma reverência à música afro-brasileira. Em Narainã (Alvorada dos pássaros), samba-enredo de 1977 da escola Camisa Verde e Branco, a cantora realiza uma tripla homenagem: à cidade natal, à escola de coração e ao pai Oswaldo dos Santos, com quem divide os vocais. Para Serenata de São Lázaro, Fabiana chamou o pianista Gilson Peranzzetta, coautor da música com Paulo César Pinheiro. ;Conheci o Gilson há dois anos em um show com a Leny Andrade, em São Paulo. Quando ele me ouviu cantar falou: ;Fabiana, tenho uma música que está guardada há muito tempo e estou procurando uma cantora para interpretá-la;. Ele me mostrou Serenata e fiquei extremamente comovida e o convidei para fazer o arranjo dela no meu CD e ele topou;.

Outra participação especial foi a do arranjador, produtor e diretor musical de Paulão 7 Cordas. ;Sempre quis trabalhar com ele. O Paulão está há 25 anos com o Zeca Pagodinho e dirigiu todo mundo do samba. Eu precisava ter o nome dele em algum projeto meu. Já nos conhecíamos de alguns shows e, quando o convidei, ele disse: ;Só vou produzir seu disco por dois motivos. Primeiro, porque você é uma cantora que eu admiro muito. Segundo, por ser uma artista que nunca se promiscuiu musicalmente falando;, conta, orgulhosa.

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