Diversão e Arte

Pintores falam sobre o legado da Semana de Arte Moderna de 1922

Nahima Maciel
postado em 13/02/2012 08:00
Caiu em uma segunda-feira aquele 13 de fevereiro de 1922. No saguão do Teatro Municipal de São Paulo, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Pichia, Heitor Villa-Lobos e Anita Malfatti mudaram os rumos da arte brasileira. Inaugurada em pleno carnaval, há 90 exatos anos, a Semana de Arte Moderna provocou a elite paulistana e revelou ao Brasil a existência de uma vanguarda em território nacional. Ali, a pintura deixou as amarras figurativas acadêmicas para trás, a música ganhou harmonias bizarras inspiradas na tropicalidade brasileira, a literatura passou a ser chamada de modernista e a poesia abandonou o parnasianismo. Seis anos depois, o Manifesto Antropofágico organizaria, em forma de estatuto, as ideias disseminadas no festival de três dias instalado no templo paulistano da arte clássica.

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O legado do movimento pode ser superficialmente descrito como uma libertação da arte brasileira em relação ao academicismo vigente naquelas primeiras décadas do século 20. O Brasil engatinhava na descoberta de uma arte com identidade própria e figuras como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, que se juntaria ao movimento em 1924, trouxeram as ideias libertárias da vanguarda europeia para as telas ao mesmo tempo em que revisitavam a própria cultura brasileira. Ideias como liberdade, identidade nacional e mistura de referências regionais e globais não se esgotaram na Semana. É difícil pensar na arte brasileira contemporânea sem esses componentes. Se hoje os artistas brasileiros agitam casas de leilões e figuram nos mais importantes museus do planeta é porque um grupo de destemidos impulsionou a locomotiva que mudaria a arte brasileira.

A antropofagia como proposta de digestão de inúmeras referências está hoje em boa parte da produção contemporânea. ;Para mim, uma das coisas mais importantes é essa noção de antropofagia, mais que as questões pictóricas propostas naquela época;, diz a artista Karina Dias. ;A antropofagia inverte a lógica do submisso, o submisso é que tem a voz e devora o opressor.; Karina gosta de reler o Manifesto de vez em quando e pensar nessa deglutição quando se apropria das paisagens para construir o próprio trabalho.

A matéria completa você lê na edição impressa desta segunda-feira (13/2) do Correio Braziliense.

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