postado em 22/02/2012 08:25
O universo de Jairo Ferreira é inclassificável, extraordinário e maldito. Crítico, fotógrafo, cineasta e escritor, esse paulistano nascido em 1945 e morto em 2003 dedicou a vida ao cinema com paixão desmedida. Primeiro como crítico do São Paulo Shimbum, publicação feita no bairro da Liberdade, destinada à colônia japonesa no Brasil. Depois, como diretor e produtor de filmes experimentais. Ele fez oito filmes ; cinco curtas, um média e dois longas-metragens ; entre 1973 e 1980. Todos serão apresentados na mostra Jairo Ferreira ; Cinema de invenção, de hoje a 4 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil.Ferreira foi um defensor do cinema marginal brasileiro, também chamado pelo codinome udigrudi e que ele preferia denominar ;cinema de invenção;, encabeçado pelos realizadores da Boca do Lixo, na capital paulista. ;A grande importância do Jairo foi como porta-voz do cinema experimental feito em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esse é o aspecto mais visível dele, tanto como crítico de cinema (a atividade pela qual ficou mais conhecido) como defensor desse tipo de cinema feito por aqui;, acredita o curador da mostra, Renato Coelho.
Em setembro de 1970, o autor descreveria o cinema da Boca do Lixo, no artigo ;Erotismo & curtição;, como um movimento singular e independente: ;Não é gregário, razão pela qual não tolera demagogias e/ou teorizações de porta de boteco. O Lixão é apenas um background, onde se reúnem os jovens cineastas de São Paulo, independentes e marginais. Não começa coisa nenhuma onde terminou o cinema novo. É anti-ideológico, renega as éticas e estéticas até então conhecidas e está explodindo como um fato jamais visto;.
A matéria completa você lê na edição impressa desta quarta-feira (22/2) do Correio Braziliense