Ricardo Daehn
postado em 26/02/2012 08:17
É da terra dos irmãos franceses Lumi;re, os inventores do cinematógrafo há mais de 115 anos, que vem a produção O artista, a fita estrangeira apta a promover mágica, com quê do ilusionista Georges Méli;s (homenageado pelo maior concorrente dela, A invenção de Hugo Cabret), no quadro dos resultados do Oscar.Com adoção da linguagem universal do cinema mudo, pode se tornar o primeiro filme deslocado da indústria norte-americana a faturar a estatueta, numa competição que, há 73 anos, teve justo o francês A grande ilusão inaugurando, em pé de igualdade, a disputa com filmes norte-americanos. Nas estatísticas da festa, com uma vitória para O artista, Asas perderia o posto de primeiro e único filme mudo a vencer o prêmio, enquanto A lista de Schindler deixaria de ser o mais recente título em preto e branco a faturar o troféu principal.
Empatado no número de indicações de O tigre e o dragão %u2014 o fenômeno anterior de filme estrangeiro no Oscar %u2014, com 10 possibilidades de vitória, O artista pode ainda coroar o único ator francês com uma estatueta, no caso, Jean Dujardin. Queridinho da América, George Clooney tem mérito para atravancar esse feito, por Os descendentes. Num papel de relevância, Meryl Streep, com 30 anos de distância, deve converter em Oscar a 17; indicação, ao personificar a figura controversa de Margaret Thatcher. Embolando a disputa, Viola Davis pode roubar a cena, por Histórias cruzadas. Também acirrada, a contenda pela melhor direção favorece, à primeira vista, Martin Scorsese (Hugo) não só por méritos, mas ainda porque Michel Hazanavicius (O artista) não parece ter cacife para feito que compatriotas como Claude Lelouch e François Truffaut, no passado, não deram conta.
Confira reportagem completa na edição deste domingo (26/02) do Correio Braziliense