Ricardo Daehn
postado em 26/02/2012 08:00
Auto-homenagem
; O artista pode ser o primeiro título mudo a vencer o Oscar desde a primeira edição, em 1929 (Asas, de William A. Wellman). A Academia já preteriu produções sobre Hollywood antes. A primeira versão de Nasce uma estrela (1937) foi derrotada por A vida de Emile Zola, enquanto a segunda, de 1954, e Cantando na chuva (1952) nem foram indicados na categoria de melhor filme.
Em preto e branco
; O último longa-metragem em preto e branco a vencer como melhor filme foi A lista de Schindler, de Steven Spielberg, em 1994. Antes dele, Se meu apartamento falasse (1960), de Billy Wilder, ostentava o título, integralmente, sem usar cores. O artista pode retomar uma antiga tradição.
O vovô
; O sueco Max von Sydow (Tão forte e tão perto) e o canadense Christopher Plummer (Toda forma de amor), ambos com 82 anos, são favoritos a melhor ator coadjuvante. Se um deles vencer, se tornará o intérprete mais velho a receber um Oscar ; atrizes incluídas na contagem. Por enquanto, o recordista é Henry Fonda, oscarizado por Num lago dourado (1981), aos 76 anos. Morreu aos 77.
As azaradas
; Glenn Close concorre como melhor atriz por Albert Nobbs. Se perder, entra para o rol das mais azaradas da premiação: Deborah Kerr (A um passo da eternidade), com nomeações a atriz principal, e Thelma Ritter (A malvada), sempre indicada em papéis coadjuvantes, acumulam meia dúzia de derrotas cada uma.
A força do 3D
; A invenção de Hugo Cabret pode ser o primeiro título em 3D a faturar o Oscar de melhor filme. Ano passado, Toy Story 3 figurou na lista, mas perdeu para O discurso do rei. Em 2010, Avatar e Up ; Altas aventuras ficaram à sombra de Guerra ao terror. Já Pina, do alemão Wim Wenders, é o primeiro documentário tridimensional a ser lembrado pela Academia. Se ganhador, entra para a história.
O sindicato
; O DGA (Directors Guild of America), associação dos diretores de Hollywood, quase nunca erra. Em apenas seis vezes, o cineasta que venceu o DGA não recebeu o Oscar: Anthony Harvey (O leão no inverno, 1968), Francis Ford Coppola (O poderoso chefão, 1972), Steven Spielberg (A cor púrpura, 1985), Ron Howard (Apollo 13 ; Do desastre ao triunfo, 1995), Ang Lee (O tigre e o dragão, 2000) e Rob Marshall (Chicago, 2002). Em 2012, Hazanavicius chega ao Oscar laureado pelo DGA. Vitória quase certa.
Comédia é tabu
; Meia-noite em Paris é o único entre os nove indicados a melhor filme que de fato (com O artista, Globo de Ouro de melhor comédia/musical, fora da conta) flerta com a comédia, numa trama híbrida que também mistura romance e fantasia. A regra não oficial de negar estatuetas de melhor do ano a títulos cômicos e bem-humorados prevalece desde Noivo neurótico, noiva nervosa (1977) ;, por sinal, também dirigido por Woody Allen.
Bilheterias domésticas
; Entre os nomeados a melhor filme, Histórias cruzadas é o que teve o melhor desempenho nas bilheterias norte-americanas: arrecadou US$ 169 milhões. Atrás do melodrama sobre racismo, vêm Cavalo de guerra (US$ 78 milhões), O homem que mudou o jogo (US$ 75 milhões) e Os descendentes (US$ 75 milhões).
O fator Weinstein
; Os irmãos Bob e Harvey Weinstein, ex-donos da Miramax, criaram uma companhia de nome próprio, a The Weinstein Company, em 2005, e têm emplacado vários filmes, como fizeram a bordo da antiga distribuidora (Shakespeare apaixonado, Chicago e outros). Desde 2008, indicam fitas a melhor filme. Hoje, com O artista, a dupla pode repetir o feito do ano passado, do vitorioso O discurso do rei.
Ator e mais um pouco
; Indicado a melhor coadjuvante por Sete dias com Marilyn, o britânico Kenneth Branagh agora sustenta um recorde solitário. É o único ator a contabilizar menções em cinco categorias. Antes, foi lembrado em intérprete principal, direção (ambos por Henrique V, 1989), curta-metragem (Swan song, 1992) e roteiro adaptado (Hamlet, 1996). Os cineastas Joel e Ethan Coen também já figuraram em cinco indicações (filme, direção, montagem, roteiro adaptado e original).