postado em 20/03/2012 08:22
; Sandro Lobo - Especial para o CorreioNão há conexão evidente entre a produção vencedora do Oscar 2012 de melhor filme, O artista, de Michel Hazanavicius, e a mais recente obra do cineasta Bertrand Bonello, L;Apollonide ; Os amores na casa de tolerância. Nem mesmo o fato de ambas serem produções francesas, já que o grande eleito da Academia de Hollywood é uma obra muda, que emula na estética e na narrativa o cinema dos anos 1920 e, também por isso, poderia ter sido produzida em qualquer parte do mundo. Não é um ponto negativo, claro, apenas uma observação.
Filme francês na sua melhor tradição, L;Apollonide ; cujo título, em português, recebeu o sobrenome de Os amores da casa de tolerância ; é um drama carregado de beleza plástica e de música, com um padrão de sensualidade que mergulha no trágico em busca de um refinado sentido estético. O argumento é em torno de prostitutas que vivem como que enclausuradas num bordel da França no final do século 19: nada sabemos sobre elas, exceto o que é mostrado num realismo poético e cru.
