postado em 27/03/2012 10:55
Sempre que viaja o mundo para fazer shows e oficinas com seu bandolim, Dudu Maia destina boa parte do cachê a um propósito antigo: comprar equipamentos para o tão sonhado estúdio. Há anos investindo em aparelhos de ponta, ele decidiu, no ano passado, que havia chegado a hora de alugar um espaço, investir na acústica e abrir as portas para os artistas da cidade. No entanto, durante as gravações de Ser feliz, segundo disco do projeto Caraivana, do qual faz parte, o plano ganhou novos contornos. Conhecedor profundo dos bastidores do mercado fonográfico mundial, o francês Daniel Vangarde que produziu o disco do grupo, confessou a ele: muito dinheiro é gasto para adaptar esses espaços e o resultado nem sempre é satisfatório. Por isso, há seis meses, o estúdio de Dudu Maia funciona na sala da casa do músico, a pleno vapor.Quem entra no apartamento de dois quartos, na Asa Norte, dá de cara com a estação de trabalho: além do laptop, o cantinho da sala onde a música impera ganhou uma parafernália digna de qualquer estúdio de primeira grandeza: equalizadores e compressores valvulados, para que o processo seja o mais orgânico possível. Embora a gravação se dê de forma digital, a mixagem segue o processo analógico. ;Tento não usar plugins digitais, embora tenha todos os considerados top de linha. Há anos estudo a tecnologia das gravações;, destaca o bandolinista, frequentador de estúdios de grande porte, como o Mosh, o maior da América Latina. ;A experiência como músico agrega valor à parte técnica. Há uma sensibilidade no momento de captar e editar;, afirma Maia, que também filma os encontros musicais, edita e compartilha o material registrado.