Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Aventura vivida por jovens em corrida da capital, nos anos 1960, vira filme



Foi nos tempos de Woodstock, Che Guevara, da Guerra do Vietnã, de Pelé nos gramados, Emerson Fittipaldi zunindo no asfalto e de uma Brasília ainda criança, coberta por vastos descampados e terra vermelha. Quatro adolescentes apaixonados por automobilismo se encontraram na capital que nascia, e começaram a sonhar juntos com carros velozes. Em 1967, o quarteto construiu o Patinho Feio, carro de corrida improvisado que marcou o automobilismo local, montou a oficina mais badalada de que já se teve notícia na cidade e revelou ao mundo talentos como Nelson Piquet, Roberto Pupo Moreno e Alex Ribeiro. A história dessa meninada com gasolina correndo nas veias será tema de documentário, assinado pelo cineasta Denilson Félix.

A descoberta do conto de fadas com cheiro de combustível foi obra do acaso. Contratado para fazer um documentário sobre Nelson Piquet, há cinco anos, Félix mergulhou na pesquisa (apesar de o projeto não ter ido para frente) e acabou descobrindo uma festa promovida pelos donos da oficina onde o piloto havia trabalhado. A reunião da turma da Camber, a famosa oficina, era uma celebração aos 40 anos do Patinho Feio, uma engenhoca vermelha que foi sendo aprimorada ao longo dos anos e hoje é uma máquina reluzente, ainda em circulação pelas ruas de São Paulo. O carro fica sob os cuidados de Alex Ribeiro, um de seus inventores e ex-piloto de Fórmula 1.