Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Brasilienses enfrentam desafios para emplacar carreira no eixo Rio-SP

O consagrado poema de Manuel Bandeira Vou-me embora pra Pasárgada rende uma boa analogia para falar de jovens como Poliana Pieratti, Aloízio Michael, Gabriel Faria. Eles têm em comum o fato de serem artistas e de terem trocado o conforto da vida em família por aluguéis de quarto e sala, alguns no Rio de Janeiro, outros em São Paulo. A peregrinação dos conterrâneos, todos nascidos em Brasília, começou a partir da mesma sentença: viver do próprio trabalho.

Existe razão na intuição dos jovens que deixam a cidade. ;Brasília é uma capital administrativa. Então, eles têm dois cursos a tomar quando terminam o ensino superior: um é o serviço público, outro é ser empreendedor. Áreas culturais, infelizmente, não têm projeção;, confirma Jorge Pinho, consultor e professor da Universidade de Brasília (UnB), especialista em planejamento e estratégias em marketing.

A atriz Poliana Pieratti, 24 anos, foi-se embora pra Pasárgada. Em São Paulo, como previu Manuel Bandeira, tornou-se de fato amiga do rei ; ou, no caso, do respeitado diretor teatral Antunes Filho. Submetida a árduo processo seletivo, foi aprovada nas três etapas (currículo, entrevista e cena) e conseguiu uma vaga no respeitado Centro de Pesquisa Teatral (CPT).