Diversão e Arte

Editora formada por moradores da Estrutural lançará dois títulos em bienal

Nahima Maciel
postado em 11/04/2012 10:41
A ideia veio da Argentina. Quando Deuzani Noleto, 57 anos e bancária aposentada, foi apresentada ao grupo Eloisa Cartonera pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), logo fantasiou implantar o projeto na Estrutural. Reunidos em cooperativa em bairro carente de Buenos Aires, os vizinhos portenhos montaram uma editora de livros com material reciclado e textos em domínio público ou doados por escritores. A intenção era viabilizar a inclusão social da comunidade. Deuzani, uma das coordenadoras do Ponto de Memória da Estrutrural, achou que o formato podia funcionar por aqui. E, no ano passado, reuniu os jovens que frequentam o local para criar o Abadia Catadora.

Esta semana é a mais agitada da história da pequena editora. Os 10 integrantes se preparam para lançar os dois primeiros livros na 1; Bienal do Livro e da Leitura de Brasília, que inaugura no sábado. ;De repente vira até uma fonte de geração de renda para os meninos;, destaca Deuzani. Por enquanto, o catálogo da Abadia Catadora conta com apenas dois títulos. De mãos abertas e punhos fechados foi doado pelo autor, Carlos Rodrigues Brandão, e A menina e o rio é criação de Almir Gomes da Silva, estudante e morador da Estrutural. Uma vez por semana, o grupo se reúne na sede do Ponto de Memória, na quadra 3, para confeccionar as capas e montar o miolo dos livros. Um acordo com uma catadora resolveu o problema do material: o papelão é entregue na porta do Ponto de Memória. Domingo foi dia de mutirão para dar conta de preparar os livros.

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