A trajetória de Bob Dylan é cercada de tantos mitos e mistérios que nem suas incontáveis biografias (nem mesmo a autobiografia Crônicas, publicada no Brasil em 2005) parecem ser o suficiente para saciar a curiosidade dos admiradores. O mesmo pode ser dito das três principais tentativas de desvendar Dylan no cinema, os documentários Don;t look back e No direction home e a ficção Não estou lá (I;m not there).
O Bob Dylan enquadrado em Don;t look back (1967), documentário de D.A. Pennebaker, tem 23 anos e está numa turnê de três semanas na Inglaterra. O ano é 1965, quando o músico flerta com as guitarras elétricas ; nos shows, ainda não tinha saído da fase acústica. Dylan passa o dia com um cigarro no canto da boca, falando bobagens com amigos e pessoas que trabalham com ele, rascunhando letras na máquina de escrever e enfrentando jornalistas com declarações indiferentes. Parece incomodado com a insistência de repórteres, que o interpelam atrás de declarações polêmicas e explicações políticas para canções como The times they are a-changin;.