Nahima Maciel
postado em 14/04/2012 17:41
O homenageado da 1; Bienal Brasil do Livro e da Leitura tem no teatro um aliado. Como em muitos países africanos durante anos, na Nigéria o teatro popular é um meio mais acessível de representação da vida e da ficção do que o romance. Um pouco por isso, a lista de livros de Wole Soyinka inclua muitas peças. São 21 no total. Na maioria, textos que tratam da realidade africana em forma da fantasias, como a história de O leão e a joia, primeira obra do autor traduzida para o português e com lançamento marcado para este sábado (14/4) na Bienal.Na peça, uma mocinha é disputada pelo velho líder de uma tribo Iorubá e por um jovem professor ocidentalizado. Sidi, a bela e egoísta moça, deve escolher entre a tradição e o progresso representados pelos dois personagens masculinos. Dividida em três partes correspondentes a manhã, tarde e noite de um domingo, a peça traz inúmeras referências iorubás, cultura que marca boa parte da obra de Soyinka e que, muitas vezes, dificulta sua tradução e leitura. Primeiro autor negro a ser laureado com o Prêmio Nobel, em 1986, Soyinka, 78 anos, é uma voz politicamente engajada e extremamente lúcida em uma África habitada por profundas problemáticas sociais.