Diversão e Arte

Kangni Alem abre noite de estrangeiros com debate sobre literatura africana

postado em 15/04/2012 20:26
Kangni Alem, autor de Togo, abriu a noite dos estrangeiros na Bienal com um debate sobre a literatura africana contemporânea. Discursou para um público pequeno, mas participativo. Seu livro mais conhecido, Escravos, narra a saga de escravos que estiveram no Brasil e voltaram ao continente de origem. "Meu romance foi uma tentativa de relatar a história de africanos em contato com o Brasil. A história da escravidão se faz, de certo modo, pelo Brasil. E houve escravos que voltaram para a África", comentou.

Em conversa sobre memória ; sobretudo sobre o tráfico negreiro, assunto delicado para habitantes e autores ; e a influência das línguas estrangeiras na produção literária, Alem falou em francês e foi mediado por Zulu Araújo, ex-presidente da Fundação Palmares. "Quando alguém me pergunta, ;por que você escreve em francês?;, isso me enerva. Respondo: ;a minha primeira língua é o francês;. Nos escombros da colonização, a gente achou uma ferramenta: a língua francesa", disse. "Penso que as línguas locais voltarão. E há tentativa de se produzir coisas nas línguas maternas", continuou.

Biografia e ficção
No Café Literário, o escritor amazonense Milton Hatoum participou da palestra Ficção e Memória, onde explicou a função da memória em suas obras (foco em Cinzas do norte e Relato de um certo oriente) e como os personagens de seus livros estão, de alguma forma, ligados ao seu passado. "Alguns contos meus dialogam com romances que escrevi. Eu gosto da literatura que tem algo biográfico", disse.

Antes do bate-papo, a plateia assistiu ao vídeo da série Impressões do Brasil. Na telona, o autor falou da sua relação com a escrita. "Não acredito em um conto ou romance que é escrito de maneira fria. A literatura é passional", comentou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação