Agência France-Presse
postado em 19/04/2012 16:31
Nova York - "O cinema latino-americano é fundamental" no panorama atual do cinema porque "ainda não foi muito movido por questões comerciais e continua autoral", disse o novo diretor artístico do Festival de Cinema de Tribeca, iniciado nesta quinta-feira (19/4) em Nova York .Responsável até recentemente pela Quinzena dos Diretores, uma das seções do Festival de Cannes, o francês Frederic Boyer confessa que está em Nova York para "oferecer" e não "mudar" este festival criado em 2002, em resposta aos ataques de 11 de setembro de 2001.
Na programação do festival estão 89 filmes, dos quais 50 estreias mundiais, incluindo Xingu, do brasileiro Cao Hamburger e "A centelha da vida", do espanhol Alex de la Iglesia.
Em entrevista, Boyer admitiu que gostaria de ter visto mais filmes latino-americanos no programa desta 11; edição do Festival de Cinema de Tribeca, mas a sua chegada tardia à direção artística, há apenas dois meses, não permitiu.
"O cinema latino-americano é fundamental. É um cinema que ainda não está muito influenciado por questões comerciais. Ainda é autoral. Vai para Cannes, Berlim", disse em referência à qualidade dos filmes produzidos na região e sua visibilidade nos mais importantes festivais.
Ao analisar o momento do cinema na América Latina, Boyer destaca a produção de países como Colômbia, México e Brasil, sem esquecer da Argentina, ponta de lança da região desde a década de 1990.
"Você vê o que está acontecendo. Um dos países mais poderosos é a Colômbia. O México também é e o Brasil começa a ter força com os documentários", disse. Ele explica que parte desta nova situação está ligada aos "fundos de apoio interessantes" que existem em certos países.
O Festival de Cinema de Tribeca foi criado pelo ator Robert De Niro e pela produtora Jane Rosenthal para impulsionar este bairro do sul de Manhattan, que fica perto do World Trade Center e foi severamente afetado pelos ataques de 11 de setembro.