Nahima Maciel
postado em 20/04/2012 21:43
De dedo em riste para acusar o que chama de imprensa golpista, o jornalista Paulo Henrique Amorim deu início à terceira palestra do Seminário Krisis para debate entre o sociólogo Emir Sader, o filósofo Vladimir Safatle e o britânico John Gray. José Dirceu cancelou a participação na mesa e foi vaiado. Um auditório lotado por mais de 400 pessoas ouviu os palestrantes falarem do fim das utopias.Safatle evitou o tema político e leu texto sobre as artes e o mercado. Para ele a produção artística está se adaptando ao mercado e deixando de ser um refúgio de reflexão para se tornar um produto adaptado ao gosto das demandas.
;Tal tendência impõe mutações profundas na estrutura da própria obra de arte. Há algo que podemos chamar estética financeira, atração irrestíviel para artistas em busca de um lugar ao sol. Quem deu a chave para essa estética? Não poderia ser ninguém mais que um publicitário, o britânico Charles Saatchi;, disse.
A política esteve na fala de Emir Sader, que apontou os governos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff como responsáveis por profundas mudanças sociais no país. O desenvolvimento econômico também é fruto, segundo o sociólgo, de escolhas políticas dos governos do PT. ;O que nos diferencia da Europa? Prioridade nos processos de integração regional e não tratado de livre comércio com os Estados Unidos. Não entramos em recessão, existe um intercambialismo que permite que resistamos à recessão. A maior luta da presidente Dilma e do nosso governo é resistir aos efeitos da crise mundial. Estamos conseguindo proque priorizamos a integração regional e com o sul do mundo e não um tratado de livre comércio com o norte.;