Caroline Maria
postado em 21/04/2012 15:02
Um som externo à Bienal invadiu o Café Literário, prejudicando o debate "Os escritores na resistência militar", com Carlos Heitor Cony e Thiago de Mello, nomes de resistência à ditadura militar no Brasil.[SAIBAMAIS]O barulho incômodo, "bonito, porque é também uma luta", como definiu o poeta Thiago de Mello, não silenciou os escritores. Eles fizeram do debate um resgate emocionante sobre os tempos sombrios do AI-5.
Cony recordou sua atuação combativa à ditadura, regime responsável por exilar, perseguir e fazer desaparecer intelectuais e líderes de outros setores do pensamento cultural e político brasileiro. Thiago de Mello comentou a tirania da década de 1960, os bastidores da relação com o escritor Manuel Bandeira e a perseguição como marca do golpe militar.
Finalizou o debate de pé, com o seguinte trecho do Estatuto do Homem (Ato Institucional Permanente), de seus poemas o mais luminoso. "Fica decretado que o homem / não precisará nunca mais / duvidar do homem / Que o homem confiará no homem / como a palmeira confia no vento / como o vento confia no ar / como o ar confia no campo azul do céu"