Diversão e Arte

Filmes, livros e até o festival de Cannes rendem homenagem à Marilyn Monroe

Ricardo Daehn
postado em 27/04/2012 08:59
;Bem, até mesmo você é um dos fãs de Monroe, apesar de não ter assistido a nenhum de seus filmes;, registra o autor de Minha semana com Marilyn, Colin Clark, numa observação da carta (reproduzida) ao amigo Peter, que, por generalização, poderia se estender a muitos dos contemporâneos admiradores da atriz morta há quase meio século. Num trabalho delicado, com merecida indicação ao Oscar, Michelle Williams brilha, a partir de hoje, nas telas do Brasil, à frente de Sete dias com Marilyn, produção concentrada numa das infinitas coronhadas da vida reservada à ;mais assustada das meninas;, como definiu o diretor de A malvada, Joseph L. Mankiewicz . Motivos não faltaram para tanto comportamento arredio, como entregam linhas de Os últimos anos de Marilyn Monroe (de Keith Badman): a mãe tentou matá-la em três ocasiões; aos 8 anos, a menina Norma Jeane foi bolinada pelo ator Murray Kinnel, e, nas próprias palavras, ficou ;sabendo o que era sexo, sem ter que perguntar;.

No filme de Simon Curtis, a abordagem é menos crua, mas pontiaguda o suficiente para reavivar anotação da crítica de cinema Pauline Kael: ;O público ama Marilyn ainda mais porque a vida parece demais para ela;. Despida do caráter de cinebiografia, a fita aposta na força da sugestão, ao relatar um caso ;completamente sem pé nem cabeça; entre a estrela e Colin Clark, o terceiro assistente de direção de O príncipe encantado (1957), cujos bastidores são destapados no livro e no filme Sete dias com Marilyn. Se nada de ;impróprio; foi feito com a deusa, ela teve do que reclamar, uma vez que até de ;prostitutazinha estúpida e comodista; foi tachada pelo diretor e colega de cena Laurence Olivier.

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