postado em 28/04/2012 13:13
O prêmio de revelação dado em 2009 a Bastien Viv;s no Festival de Angoulême ; evento francês entre os mais relevantes para as histórias em quadrinhos na Europa ; colocou em evidência o talento do jovem autor e da obra pela qual ele foi premiado na ocasião, O gosto do cloro (Le go;t du chlore). Publicada originalmente em 2008, ela acaba de chegar ao Brasil pelo selo Barba Negra (ligado à editora Leya). Independentemente de distinções e honrarias, o trabalho merece ser conhecido por méritos próprios. É, desde já, um dos melhores lançamentos do ano.Se o leitor quiser chegar logo ao fim da história, consegue passar pelas 140 páginas em 15 ou 20 minutos. No entanto, cada uma delas é um deleite visual, permitindo uma leitura mais demorada, atenciosa e, consequentemente, mais prazerosa. Todos os elementos apresentados ali são preciosos, desde a escolha das cores (o verde e o cinza, em diversos tons, estão em toda parte), as angulações das cenas, as expressões dos personagens e, especialmente, como o desenhista consegue causar a sensação da passagem do tempo ao longo da narrativa. Os silêncios e tempos mortos são detalhes muito bem explorados pelo autor. Isso talvez se explique pala formação de Bastien Viv;s: o francês de 28 anos é graduado em artes plásticas e cinema de animação. Se ele quiser transformar O gosto de cloro em curta-metragem, já tem pronto um minucioso story board.