Em rápida olhada na lista dos concorrentes à cobiçada Palma de Ouro, é possível se surpreender não apenas com a disparidade de experiências, mas também com visíveis injustiças. Uma delas, o clássico Alain Resnais (de Hiroshima, mon amour), concorrente desde fins dos anos 1940, até hoje, não recebeu a estatueta do Festival de Cannes. Pela contribuição para a história do cinema, em 2009, por Ervas daninhas, o cineasta foi lembrado, e agora, em meio a medalhões, desponta com Você ainda não viu nada, em que guardou elenco de ouro ; com Mathieu Amalric, Lambert Wilson (Homens e deuses) e Michel Piccoli ; para a adaptação de Eurídice, peça de Jean Anouilh.
Nesta 65; edição, com abertura em 16 de maio, nada menos do que quatro vencedores do prêmio máximo voltam a se encontrar. Com o renome de quem esteve na competição oficial por nove vezes (e venceu com Ventos da liberdade), Ken Loach é o mais tarimbado e entra em campo com The angel;s share, ambientado numa Glasgow (Escócia), onde atores não profissionais encenaram a trama em torno de uma visita à determinada destilaria de uísque, que transformará a vida do grupo. Mais uma vez, não faltarão motivações sociopolíticas (a exemplo de Agenda secreta e Pão e rosas) ao diretor, apesar de imerso numa comédia.
