Agência France-Presse
postado em 21/05/2012 11:46
Cannes - O diretor Alain Resnais, 90 anos, um dos grandes cineastas do cinema francês, ofereceu nesta segunda-feira (21/5) aos espectadores do Festival de Cinema de Cannes uma prova de seu grande amor pelo teatro e pelos atores com seu filme Vous n;avez encore rien vu (Você ainda não viu nada). Resnais, que ganhou notoriedade em 1959 com Hiroshima mon amour, continua a experimentar neste novo filme, na competição pela Palma de Ouro, que é uma adaptação de duas obras do dramaturgo francês Jean Anouilh (1910-1987), Eurídice e Querido Antonio ou o amor falido.Resnais inventa neste filme um alter ego, o dramaturgo Antoine d;Anthac, interpretado por Denis Podalyd;s, ator da Comédie Française, que faz com que seus amigos acredites que está morto e pede, em seu testamento, que voltem a interpretar "Eurídice". Uma série de experientes atores franceses, entre eles Sabine Azema, Michel Piccoli, Pierre Arditi e Lambert Wilson, interpretam as obras de Anouilh, enquanto uma jovem companhia de teatro oferece uma encenação das mesmas obras. Vários pares de atores interpretam o mito do amor infeliz de Orfeu e Eurídice através do texto Anouilh.
A atriz Anne Dupery destacou a realização deste filme. Ela afirma que Resnais explicita um amor enorme pelo teatro e cinema. O ator Hypolite Girardot declarou que a obra cinematográfica do diretor é um "país maravilhoso" para onde todos os amantes do cinema gostariam de viajar. Para ele, participar da filmagem foi uma grande oportunidade. Alain Resnais recordou que começou a ver filmes ainda na época do cinema mudo e garante que foi grande influência.
O sexto dia do Festival de Cinema de Cannes guardou nesta segunda-feira outros fortes destaques, como a exibição do filme Like someone in love (como alguém apaixonado) e 3, do uruguaio Pablo Stoll. O filme de Kiarostami, filmado em Tóquio, com atores japoneses e competindo pela Palma de Ouro, conta a história de uma jovem estudante de sociologia que se prostitui.
[SAIBAMAIS]
Já 3 é uma comédia agridoce do jovem diretor Pablo Stoll Ward, apresentado na seção paralela "Quinzena", conta a história de Rudolph (Humberto Vega), que ao longo de dez anos tenta voltar para a casa de sua família. O ponto de partida do filme é o sonho de todos que possuem pais divorciados, afirmou o cineasta uruguaio, em um café à beira-mar de Cannes, lotado desde domingo por causa da chuva, que causou, inclusive, o cancelamento da algumas projeções.