Seria necessário outro século para celebrar a vasta e imponente obra de Gonzagão, o cantor de voz grave e sanfona afiada que, ;viajando num pau-de-arara;, levou ;xote, maracatu e baião; do Nordeste brasileiro para alegrar o povo do Sul ; tudo dentro de um ;matulão;. Com suas belas composições e gingado ímpar, Gonzaga reinou soberano a partir de meados do século passado. O ano de 2012, em que ele completaria 100 anos de vida, está fazendo jus a seu legado. Por todo o país, artistas têm subido ao palco para reverenciar seu cancioneiro maior. Entre as homenagens, uma extrapola a seara musical e salta aos olhos de seus admiradores: uma cinebiografia ; que além de investigar a trajetória do mito, narra o capítulo dos desencontros com seu filho Gonzaguinha.
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As mesmas fitas cassetes que serviram de base para a jornalista Regina Echeverria escrever a biografia Gonzaguinha e Gonzagão ; Uma história brasileira, despertaram no cineasta Breno Silveira o desejo de transformar a vida deles em filme, há sete anos. No material, conseguido por intermédio da viúva de Gonzaguinha, Lelete, pelas pesquisadoras Maria Raquel e Márcia Braga, há 20 horas de entrevistas que o filho fez com o pai, entre 1979 e 1980, quando andaram juntos pelo país na turnê Vida de viajante.